25 maio 2007

Pentecostes - 27 de Maio de 2007

Atos dos Apóstolos 2.1-21
Salmo 104.24-35, 35b
Carta aos Romanos 8.14-17
São João 14.8-17 (25-27)
Nossa Compreensão sobre as Greves
Sejamos honestos, digamos que, fundamentalmente, a posição que adotamos nem é tanto baseada em salários, horários e condições de trabalho mas na verdade fundamental de que os seres humanos devem ser tratados não como coisas, mas como seres humanos, como - templos do Santo Espírito -. Quando Cristo tomou nossa natureza humana, quando Ele se fez homem, dignificou e enobreceu a natureza humana. Disse Ele, - O Reino do Céu está dentre vocês -. Quando os humanos fazem greve, estão seguindo um impulso, por vezes cego, muitas vezes desinformado, mas bom impulso - podemos até dizer, impulso inspirado pelo Santo Espírito. Estão tentando afirmar seus direitos em ser tratados não como escravos, mas como humanos. Estão lutando contra a idéia do trabalho como mercadoria, a ser vendida ou comprada."
Dorothy Day, Selected Writings
The Anglican Digest, Pentecostes, 2007

Deus, o convidado
Se eu perguntar a você.... se ama a Deus, você certamente me responderá, com inteira e firme confiança, que sim. Mas ... - Se alguém me amar, guardará minha palavra -. A prova do amor é a manifestação em ações. É por isso que São João diz em sua I Carta que, - alguém que diga, amo a Deus, mas não observa seus mandamentos, é mentiroso.
... Amigos, consideremos a grandeza desta festa solene que comemora a visista de Deus como convidado em nossos corações! Se um amigo rico e influente viesse à sua casa, você prontamente colocaria tudo em ordem para que nada ofendesse os olhos do amigo ao chegar. Todos nós, pois, que preparamos nossas moradias interiores para Deus, limpemos de casa, todos erros que para dentro temos trazido.
São Gregório, o Grande, Homilia 30 em Be Friends with God


IAET E SETEK

A colaboração entre o SETEK como Seminário Provincial no sul do país alcança mais um espaço de solidariedade. Por convite de D. Hiroshi Ito, Bispo Diocesano, o Deão do SETEK teve a oportunidade de trabalhar com os alunos do IAET, na data de 19 de Maio, o tema da Teologia Eucarística. Não é a primeira vez em que professores do SETEK contribuem, de uma ou outra forma para a Educação Teológica na vida Diocesana/Provincial e, contamos como certo, não será última. Uma proximidade deste gênero edifica tanto o SETEK como os processos diocesanos de formação.


Eucaristia de abertura das aulas do dia,
Capela do Centro Diocesano Dom S. Takatsu


Estudantes do IAET - 19 de Maio de 2007


Santa Eucaristia - Paróquia de São João, Pinheiros, SP


Revd. Yuba e Dom Prado,
estudantes do Seminário em São Paulo, ainda no início dos anos 60

17 maio 2007

Páscoa VII - 20 de Maio de 2007

Atos dos Apóstolos 16.16-34
Salmo 97
Apocalipse 22.12-14, 16-17, 20-21
São João 17.20-26

Que espécie de reino será?
Será um reino onde, segundo a oração de Jesus, o nome de Deus é sempre santificado, sua vontade é feita na terra, os seres humanos terão tudo em abundância, todo mal será perdoado, e todo pecado será vencido.
Será um reino segundo as promessas de Jesus, onde os pobres, os famintos, os que choram e são desprezados... finalmente não mais estarão abandonados e distantes; onde a dor, o sofrimento e a morte terão um fim.
Será um reino que não pode ser descrito, mas só se tornará conhecido por metáforas: como nova aliança, semente que germina, colheita madura, grande banquete, festa real.
Será portanto um reino - justamente como os profetas anunciaram - de retidão absoluta, de liberdade inquebrantável, de amor persistente, de reconciliação universal, de paz sempiterna. Neste sentido, será tempo da salvação, da plenitude, da consumação, da presença de Deus: o futuro absoluto.
Hans Küng, On Being a Christian


O Beijo de Judas, de Giotto - detalhe
O Que é Meu é Teu

A única forma sob a qual mundo reconhecerá a missão de Jesus é a da unidade de sua Igreja. Mas a unidade da Igreja deve traduzir-se em vida de comunidade real. Jesus falou da unidade absoluta entre o Pai e Ele próprio. Sua oração por nós é a de que devemos ser simplesmente unidos. (São João17.21-22). Poderia ainda existir entre nós - teu e meu? Não. O que é meu é teu e o que é teu é meu. No Espírito da Igreja, tudo o que temos pertence a todos. Primeiro, e acima de tudo, temos comunidade nos valores mais profundos da vida comum. Mas partilhando dos tesouros do Espírito, que são os maiores, como podemos recusar o mesmo nas coisas menores?
Eberhard Arnold, God's Revolution: Justice, Community and the Kingdom

11 maio 2007

Páscoa VI - Domingo de Rogações - 13 de Maio de 2007

Atos 16.9-15
Salmo 67
Apocalipse 21.1; 21:22-22-5
São João 5.1-9
Um lugar para você
Na noite passada havia trovões e relâmpagos: hoje tudo está bonito. As folhas da árvore no cemitério são pequenas e as flores cobrem os ramos como com laços verdes. Ouço a roda do engenho trabalhando: só isso, e os pássaros cantando.
Amanhã é a Ascensão, meu festival favorito. Em nenhum outro momento do ano consigo ouvir as antífonas do Dia da Ascensão soando em meus ouvidos e elas me enchem de luz e paz. "Vou preparar um lugar para vocês".
É a festa do silêncio e da solitude interior, quando somos erguidos para viver no céu com Jesus; pois Ele nos toma, após ter vivido por um pouco aqui conosco.
Esta é a graça do Dia da Ascensão: ser levantado ao céu de nossas almas, o ponto de contato imediato com Deus. Para descansar neste cume quieto, na escuridão ao redor de Deus. Aí viver através de todos as tentações e todas as adversidades com - o Deus tranquilo que faz tranquilas todas as coisas.
Seja Deus comigo neste dia e para sempre.
Thomas Merton, The Sign of Jonas
A Ascensão, Jacques de Voragine, 1370
Figuras de Deus - Dominique Ponnau - UNESP


GRAÇA

A Graça nos surpreende quando estamos em grande dor ou fatiga. Ela nos envolve quando andamos pelo vale escuro da falta de sentido e da vida vazia. Ela nos encontra quando sentimos que nossa separação é maior que o usual, seja porque violamos uma outra vida, uma vida a qual amávamos, ou da qual estávamos alheios. Ela nos surpreende quando nos desgostamos conosco mesmos, nossa indiferença, nossa fraqueza, nossa hostilidade, e quando nossa falta de direção ou compostura se tornaram intoleráveis para nós mesmos. Ela nos vem quando, ano após ano, o longo anseio de perfeição pela vida não aparece, quando a antiga compulsão reina em nós como durante décadas, quando o desespero destroi toda alegria e coragem. Por vezes, nestes momentos, uma onda de luz irrompe na escuridão e é como se uma voz nos dissesse: você é aceito. Vocâ é aceito, aceito por algo que é maior que você e, cujo nome você desconhece. Não pergunte pelo nome agora; talvez você o encontre mais tarde. Não tente coisa alguma agora; talvez mais tarde você faça bem mais. Não procure por coisa alguma agora; não planeje coisa alguma. Simplesmente aceite que você é aceito!
Se isto acontece conosco, experimentamos a graça. Após tal experiência podemos não ser melhores que antes, ou mesmo crer mais que no passado. Mas tudo é transformado. Naquele momento, a graça conquista o pecado, e a reconciliação transpõe o abismo da alienação. Nada nos é exigido desta experiência, nenhuma proposição religiosa, moral ou intelectual, nada.. a não ser aceitação.
Paul Tillich, The Shaking of the Foundations

03 maio 2007

Páscoa V - 6 de Maio de 2007

Atos 11.1-18
Salmo 148
Apocalipse 21.1-6
São João 13.31-35


Cafarnaum - visão geral da Sinagoga e assentos laterais
Franciscan Printing Press - Jerusalem
Amando as pessoas como elas são
Quando nossos corações se libertam de julgar as pessoas meramente segundo seus dons naturais, não mais somos cativos de encantos externos e mutáveis. Antes, nos tornamos livres para amar as pessoas tais quais são, podendo entrar mais facilmente no centro de suas personalidades, sua verdadeira bondade.
Quando amamos desta forma, nosso afeto é altruista e agrada a Deus.
Quanto mais esta espécie de amor crescer, mais crescerá também nosso amor a Deus; e quanto mais profundo for nosso amor por Ele, mais amaremos também nosso próximo, já que o princípio para ambos é o mesmo.
Um grande benefício advindo desta forma de amar é que ela promove grandeza de coração, o que é necessário no serviço de Deus, já que é liberdade interior. Com ela, as tentações contra o amor são facilmente vencidas, tornando-nos capazes de perverar pacificamente em tudo, e em nós as virtudes crescerão e florescerão.
São João da Cruz, The Ascent of Mount Carmel


Os peregrinos de Emaús, Zurbarán 1639
Figuras de Deus - Dominque Ponnau - UNESP

MISTÉRIO

O sentido das coisas, e seu propósito,
estão agora em parte ocultos
mas no final serão aclarados.
A escolha é entre
o Mistério e o absurdo.
Abraçar o Mistério
é descobrir o real.
É caminhar na direção da luz,
entrever a estrela da madrugada, avistar
de tempos em tempos
o que é verdadeiramente real
não passa de um piscar da luz
através da nuvem do desconhecido,
um tênue raio de luz
mensageiro do sol, escondido do olhar.
Vê-se a luz mas não o sol.
Olhando, no entanto, mais de perto,
vemos mais sentido
na escuridão que nos cerca.
Os olhos começarão a discernir
o aspecto das coisas e das pessoas ao redor.
Começaremos e nelas ver
a presença dAquele
que nos alcança sentido e propósito,
e veremos também que é Ele
a explicação de tudo.
Arcebispo Basil Hume, The Mystery of the Incarnation