27 julho 2009

Trindade VII

O Deus Verdadeiro

“O Deus que encontramos deve ser tão verdadeiro quanto nós que O buscamos. Mas Deus não é sempre verdadeiro? Não é Ele mesmo e imutável? Certamente, sim! Não é só Deus que está envolvido em nossas orações. É também a imagem que temos dEle, uma vez que nossa atitude depende não só de quem Ele é mesmo... mas de quem cremos que Ele é. Se temos uma falsa imagem de Deus, nossa atitude para com Ele e nossa oração, serão também deformadas. É importante que, ao longo da vida, dia a dia, aprendamos a conhecer Deus como Ele é.”

Metropolita Anthony de Sourozh, Creative Prayer, editado por Hugh
Wybrew, Darton, Longman & Todd, Londres, 1987.

19 julho 2009

Trindade VI


Encontro Verdadeiro

“Um encontro só é verdadeiro quando as pessoas são verdadeiras também. Assim, normalmente falsificamos nossos encontros. Não só em nós mesmos mas na imagem de Deus em nós. É muito difícil sermos verdadeiros. Ao longo do dia somos uma sucessão de personalidades sociais, por vezes irreconhecíveis aos outros ou a nós mesmos. Quando se trata de rezar e desejamos apresentar-nos a Deus, muitas vezes nos sentimos perdidos porque não sabemos qual destas personalidades sociais é a pessoa humana de verdade. As muitas pessoas sucessivas que apresentamos a Deus não são o que somos de fato. Há algo de nós em cada uma delas mas a pessoa toda está faltando. É por isso que a oração, embora podendo erguer a partir do coração a pessoa verdadeira, não consegue achar seu caminho em meio aos sucessivos espantalhos que apresentamos a Deus. Cada um destes fala uma palavra que é verdadeira em sua forma parcial de ser, mas não expressa as outras personalidades parciais que tivemos durante o dia. É extremamente importante que encontremos nossa unidade, nossa identidade fundamental. De outra forma, não conseguimos encontrar o Senhor em verdade.”

Metropolita Anthony de Sourozh, Creative Prayer, Editado por Hugh
Wybrew, Darton, Longman e Todd, Londres, 1987

12 julho 2009

12 de Julho de 2009 • Trindade V


Leituras do Domingo
Profecia de Amós 7. 12-1

Carta aos Efésios 1.3-14

Evangelho de São Marcos 6.7-13

A Oração como Encontro

“Encontro é essencial para a oração. É a característica básica da revelação mesma porque esta é um encontro com Deus. Ela nos alcança uma nova visão do mundo. Tudo é encontro, na Escritura e na vida. É tanto pessoal quanto universal, único e exemplar. Ele sempre tem dois pólos: o encontro com Deus e, nele, com a Criação, - e o encontro com o ser humano em sua profundidade enraizada na vontade criadora do Pai, tudo rumando na direção da realização em que Deus será tudo em todos. Este encontro é pessoal porque cada um, e todos nós, devemos experimentá-lo por nós mesmos. Não é possível vivê-lo só por ouvir dizer... É nossa própria experiência mas tem significação universal porque vai adiante de nosso ego superficial e limitado. O encontro é único porque para Deus, e para os seres humanos, cada um de nós é único e insubstituível. Cada um de nós conhece a Deus de forma diferente, de uma forma que nenhuma outra pessoa pode conhecê-lo a menos que o testemunhemos. Ao mesmo tempo, como a natureza humana é universal, cada encontro é exemplar. É uma revelação para os demais daquilo que é conhecido de cada um.”
Metropolita Anthony de Sourush, Creative Prayer, Editado por Hugh
Wybrew Darton, Longman and Todd, Londres 1987, página 4

05 julho 2009

5 de Julho de 2009 • Trindade IV

O Nascimento da Oração

“Rezar é buscar por Deus, encontrá-lo e prosseguir, para além do encontro, na vida de comunhão. A oração é assim um movimento, um estado e uma situação; situação tanto com respeito a Deus como para com o mundo criado. Ela surge da consciência de que o mundo em que vivemos não é somente bi-dimensional, prisioneiro das categorias de tempo e espaço, um mundo plano onde só nos defrontamos com a superfície das coisas, superfície opaca encobrindo o vazio. A oração nasce da descoberta de que o mundo tem profundidades; de que não somos só cercados por coisas visíveis mas que estamos também imersos e permeados pelo invisível. Este mundo invisível é presença de Deus mesmo, a realidade suprema e sublime, além de nossa própria verdade mais profunda.”
Metropolita Anthony de Sourozh, Creative Prayer, edição de Hugh Wybrew, Darton, Longman and Todd, Londres 1987