14 outubro 2007

Trindade XIX

Leituras do Domingo

II Reis 5.14-17 (ou Profecia de Jeremias 29.1, 4-7)
Salmo 113 (ou 66.1-12)
II Carta a Timóteo 2.8-15
São Lucas 17.11-19




O Desígnio de Deus

Um nacionalista de mente estreita, agravado por uma compreensão religiosa fundamentalista não teria conseguido escrever tais palavras. - Procurai a paz da cidade, para onde vos deportei... - Profecia de Jeremias 29.1, 4-7
Os olhos de Jeremias estavam abertos para o desígnio de Deus para todas as nações, inclusive a sua. Nação alguma em separado poderia abarcar o poder de Deus, poder que move a história. Com a queda do reino de Judá, Jeremias deve ter sentido o dinamismo deste poder movendo com a história, operando especialmente na Babilônia. Continua assim por mais de dois mil anos. É muito longo o caminho desde a torre Babel e do caminho de Abraão. Por entre rupturas e dispersão, nações e povos são conduzidos a compreender que Deus é maior que qualquer nação, religião ou cultura.
Uma única nação em particular, mesmo a de Israel e Judá não consegue compor uma visão completa daquilo que Deus está fazendo no mundo. Foi só após a entrada da Assíria e Babilônia na arena da história, que um painel mais completo do desígnio de Deus para o mundo começou a aparecer. Da mesma forma, uma única cultura em particular, mesmo a que se chama cristã, não consegue revelar a inteireza dos pensamentos de Deus para o mundo. Enquanto a cultura Hindu ou a de Confúcio não forem consultadas, por exemplo, o Deus dos cristãos permanecerá como um Deus parcial.

Choan-Seng Song, The Compassionate God: An Exercise in the Theology of Transposition