28 setembro 2008

28 Setembro 2008 • Trindade XIX

Leituras

Profecia de Ezequiel 18.25-28
Salmo 25.1-14
Carta aos Filipenses 2.1-11
Evangelho de São Mateus 21.28-32


O Sofrimento e as Circunstâncias Transfiguradas

“O – Pai Nosso – acolhe as necessidades e os conflitos dolorosos da humanidade elevando-os ao Reino e ao Pai mesmo. A Transfiguração é realmente um tema central para a Fé Cristã... a transfiguração dos sofrimentos e das circunstâncias de mulheres e homens, com a visão de Cristo diante deles e o Santo Espírito em seu interior.
A transfiguração do sofrimento é atestada na vida cristã. Por vezes, alguém pode sofrer intensamente, o sofrimento persiste e não desaparece; pela proximidade de Cristo no entanto, uma coragem se torna visível, bem como amor e simpatia crescentes, poder de oração e uma encantadora espécie de semelhança com Cristo.

As circunstâncias são transfiguradas. Algo bloqueia o seu caminho, um fato da vida, pessoa ou obstáculo, particularmente tortuoso ou frustrante. Parece ser impossível removê-los, ignorá-los ou vencê-los. Mas, quando vistos num contexto mais amplo, e este contexto é Jesus Cristo crucificado e ressurreto, surgirá aí uma nova órbita de relacionamentos e, embora permaneçam os obstáculos, eles têm uma continuidade bem diferente. A expressão de São Paulo parece interpretar a experiência, quando ele contrasta nossa – leve aflição – com o – impressionante - peso da glória, - um pertencente ao tempo, e o outro, pertencente à eternidade.
Assim é a transformação das circunstâncias, não por sua abolição mas pelo ofertório delas todas à órbita de Jesus crucificado e ressurreto.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Logman and Todd, Londres 1988

21 setembro 2008

21 de Setembro de 2008 • Trindade XVIII

Leituras

Profecia de Isaías 55.6-9
Salmo 145. 1-8
Carta aos Filipenses 1.20-24, 27
Evangelho de São Mateus 20.1-6



Alegria

“Alegria no Senhor. Qual é mesmo esta alegria?
É a alegria daqueles que, aconteça o que acontecer, começam a conhecer Deus, a amá-lo em sua beleza e ternura e se expõem à sua Presença.
Não é somente a alegria de uma fé certa onde Deus reina supremo; é a alegria de uma comunhão prática com Aquele que é Ele mesmo alegria, e que derrama alegria às vidas a Ele unidas.
Nossa alegria é a alegria daqueles que são perdoados e perdoam. Esqueçamos ou desdenhemos as realidades da penitência e do perdão em nossas vidas e não será surpresa que a alegria que é nosso privilégio comece a dissipar-se.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman and Todd, Londres 1988

14 setembro 2008

14 de Setembro de 2008 • Trindade XVII

Leituras

Livro de Eclesiástico 27.30-28.7
Salmo 103
Carta aos Romanos 14.7-9
Evangelho de S. Mateus 18.2135


Obediência

“Nós somos servos, chamados à obedecer.
A noção de obediência parece ter como que derrapado de nossa vivência contemporânea da fé. Cogitamos bastante sobre as respostas da fé, amor, filiação, comunhão na relação com Deus ou com nosso Senhor. Mas obediência? Tendemos a imaginar que cheira a legalismo, nada que nos deva prender muito.
O fato é que a obediência tem um espaço inarredável no Novo Testamento. Jesus foi – obediente até a morte – (Filipenses 2.8), e - Ele aprendeu a obediência através do que sofreu – (Hebreus 5.8)
O Apóstolo é escravo de Cristo
Nossa obediência implica em – lombos cingidos.
Lombos cingidos – sugerem uma condição de alerta pronta a enfrentar emergências e interrupções. Não se sobrecarreguem. Estejam prontos a se mover, com rapidez e presteza. Nossa fidelidade é sempre de novo testada pelo poder para lidar com as rupturas. Você planeja seu dia conforme um dado plano e algo súbito desarruma tudo.

Se a vontade de Deus é a de que você aceite esta ou aquela quebra, aceite-a com alegria. Então, um dia que pareceria tempestuoso será em verdade reto, de paz e ordem; pois aí onde a vontade de Deus está, há também a presença de Deus e Sua paz, e onde Sua Presença é obedecida... há padrão e harmonia. Em sua vontade reside nossa paz.”
Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman and Todd
London 1988

07 setembro 2008

7 Setembro 2008 • Trindade XVI

Leituras

Profecia de Ezequiel 33.7-9
Salmo 119.33-40
Carta aos Romanos 13.8-10
Evangelho de S. Mateus 18.15-20

Coisas Inabaláveis: a vida religiosa

“Ao longo dos séculos Cristo tem chamado muitos para a vida religiosa através do voto tríplice de pobreza, castidade e obediência. Aqui, estamos diante de um espaço intensamente evangélico da Fé Cristã bem enraizado na tradição do Evangelho.
Quanto aos votos religiosos, nada há aí de presunçoso. Os votos na fé significam a aceitação total do chamamento de Deus e o dom proveniente de Deus mesmo – uma aceitação – pela fé somente – e – pela graça somente. À Deus seja toda a glória.
Talvez, em nenhum outro tempo a vida religiosa tenha sido mais significativa para o Cristianismo e para o mundo que em nossos dias. Se Deus chama e dispõe os dons, o chamamento e os dons são verdadeiros e válidos em si; eles vêm de Deus; aí, somos capazes de ver como o chamado de Deus e seus dons podem responder aos problemas e necessidades de diferentes pessoas e diferentes épocas em nossa história.

Quanto à vida religiosa em comunidade. Aqui, sua permanência e estabilidade têm algo a dizer, têm um sentido.
Afirma-se a permanência da vocação em seus membros, mas também um testemunho à coisas que não se deixam abalar, verdades e ideais que não pertencem a uma área ou época em particular, mas que atravessam os séculos, como uma escada cujo topo alcança o Céu.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna kendall
Darton, Longman and Todd, Londres - 1988