25 novembro 2007

Festa de Cristo Rei

Leituras

II Samuel 5.1-3
Salmo 46
Colossenses 1.12-20
São Lucas 23.35-43



“Lembra-te de mim!”

O que deveríamos observar aqui é a aceitação, de parte de Jesus, do ladrão arrependido... e também a promessa gloriosa de tomá-lo através do rio até o jardim do paraíso de Deus. E tudo isto não acontece com base em mérito, boas obras ou bondade humana mas simplesmente porque o ladrão se reconhecia como alma pecadora e sem recursos, na hora da sua agonia mortal. Ele a ninguém tinha para voltar-se e só Jesus estava ao seu lado. Se há uma alma que manifeste a alegria da salvação por causa da fé, ovelha perdida sendo encontrada, ou filho pródigo retornando ao pai ansioso - é este homem mesmo!
Ele chamou Jesus por Seu próprio nome – e o nome de Jesus é símbolo e meio de salvação. Todo noviço, ao ingressar na vida monástica Ortodoxa, no Monte Atos, recebe um cíngulo de oração e instruções simples para rezar a Oração de Jesus: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tem misericórdia de mim, pecador.”
Esta é a oração básica que tenho orado por vinte e cinco anos, e é também a que me carregará aos braços de meu Senhor Jesus, na vida e na morte. É a oração que continuamente ressoa em meu coração e que me junta ao Seu coração – a oração que se funda no nome salvador de Jesus, e que o testemunha como o nome de Salvador do mundo.

Br. Ramon, When They Crucified My Lord: Through lenten Sorrow to Easter Joy

Uma Vida de Serviço

A originalidade de Jesus não está em sua espiritualização do Reino mas, bem ao contrário, no fato de que Ele viu a realização das esperanças terrenas de forma muito mais radical que muitos dos seus contemporâneos. Ele não entendeu a luta contra a injustiça e opressão como se fosse em primeiro lugar uma guerra santa contra os romanos. Isto não significa que a libertação da opressão não incluísse a liberdade do jugo romano. Jesus olhava mais profundamente que a simples opressão de Israel sob Roma. Ele ponderava sobre as raízes da opressão. Ele, em verdade, percebia como o amor ao prestígio, ao poder e à riqueza faz com que as pessoas busquem a dominação e senhorio sobre outras. A menos que esta gana por domínio seja vencida, mesmo uma luta bem sucedida por libertação somente substituirá uma opressão por outra. Jesus procura modelar, em Sua própria vida, um novo conceito de liderança fundado em serviço aos outros, mesmo serviço até à morte. É este o modelo que Ele deseja incutir em seus seguidores. Na nova comunidade, em vida de serviço aos outros, a paixão pela dominação é ceifada desde as raízes.

Rosemary Radford Ruether, To Change the World: Christology and Cultural Criticism