09 setembro 2007

Trindade XIV

Leituras do Domingo

Sabedoria de Salomão 9.1318
Salmo 1
Carta a Filemom 9-10, 12-17
Evangelho de São Lucas 14.25-33


Que espécie de Igreja?

Uma igreja fundada em misericórdia imerecida e sem restrições, bem pode ser uma igreja que não nos agrade; mas este foi o único tipo de Igreja que nos foi dado. Ela pode falhar em garantir nossas conquistas ou em proteger nossas vulnerabilidades; mas é a única Igreja capaz de oferecer espaço para uma nova vida, para nossas percepções rejeitadas ou para o amor inesperado do qual nosso futuro comum dependerá. Acima de tudo, é a espécie de Igreja que deveria existir se Deus realmente ama mais ao indesejado que aquilo que as estruturas humanas de poder costumam recompensar, a única espécie de Igreja que distribui a vida que vem da Cruz.
Este é o pertencimento que temos em Deus. Os momentos em que o experimentamos, e nos descobrimos amparados neste amor, são tempos também quando vemos que há mais a desejar, mais que o que podemos expressar. É um pertencimento mantido em aberto ao universo cujo esplendor ainda está por ser revelado. Espera-se que reconheçamos que o que desejamos e experimentamos, possa também acontecer nas vidas de outras irmãs e irmãos, por caminhos cheios de surpresa e distúrbios... mas que nós, no entanto, podemos saudar como promessas cumpridas.
Bispo Peter Selby, BeLonging: Challenge to a Tribal Church


Além de nós mesmos

A adoração é a primeira e a maior das respostas da vida ao seu ambiente espiritual; o primeiro e o mais fundamental dos movimentos do Espírito, semente de onde toda oração deve brotar. Ela está dentre as forças educativas mais poderosas que purificam a compreensão, formam e desenvolvem a vida espiritual. Assim como jamais podemos conhecer o segredo da grande arte ou música, não sem olhar e escutar com reverência desprendida, reconhecendo uma beleza que está além de nosso alcance – assim, a afirmação e o encanto permanecem incompreendidos até que tenhamos aprendido a olhar, a escutar e adorar. Somente então progredimos além de nós mesmos e de nossa pobre visão, derramando-nos naquilo que não conhecemos, sendo libertados de nossa própria limitação e pequenez ... para a vida universal.
Evelyn Underhill, The Golden Sequence