21 setembro 2010

A EXPERIÊNCIA DO ESTANCAMENTO DA REVOLUÇÃO CUBANA E O MOVIMENTO "CANÇÃO NOVA" COMO DESAFIOS PARA UMA ECLESIOLOGIA E MISSIOLOGIA URBANA


Na Sexta-Feira dia 17 houveram dois momentos. Uma reunião pela manhã quando tratamos dos encaminhamentos para o Congresso Teológico a ser realizado na cidade de Passo Fundo (no Instuto de Teologia e Pastoral - ITEPA) nos dias 9 a 11 de Maio de 2011 e à tarde uma palestra dirigida pela Dra. Nívia Ivette de la Paz (Teóloga Anglicana atualmente trabalhando no CECA).

No processo de preparação do Congresso Teológico irão nos representar (na próxima reunião do dia 08 de Novembro) o Prof. Jones Talai Mendes (pelo corpo docente) e a Sem. Tatiane Vidal dos Reis (pelo corpo discente). Observamos que haverá espaço para mesas de comunicação e oficinas, pelo que o SETEK abrirá espaço para quem queira apresentar sua pesquisa nesta área.

A Dra. Nívia (que nasceu e fez sua formação inicial em Cuba) apresentou uma avaliação do processo revolucionário cubano e como, apesar das suas motivações libertárias, acabou ficando "anquilozada", isto é, "estancada", porque não promoveu a participação e a inclusão de novas linguagens e símbolos, especialmente no que se refere as questões de gênero, entre outras. Por outro lado, apresentou o resultado da sua pesquisa de campo realizada no Movimento Católico Romano de "Canção Nova" perguntando se seria uma nova igreja ou um novo jeito de ser igreja. Ela, que apresentou estas pesquisas no seu mestrado e doutorado, chegou a conclusão que há muitas semelhanças entre o processo revolucionário cubano e a práticas das Igrejas Históricas que ficaram presas a definições do passado sem a capacidade de dialogar com o novo e com a diversidade. Por outro lado, o Movimento Canção Nova, contra o qual ela admitia carregar preconceitos, mostrou-se dinâmico o suficiente para responder aos desafios da sociedade urbana pós-moderna.

Ela encontrou três eixos que possibilitam esta adequação: 1. A Identidade (fazendo com as pessoas se identifiquem sempre e em toda parte como o movimento); 2. Família (fazendo com o movimento sirva de amparo ou de alternativa para a vida afetiva, emocional e relacional das pessoas em todas a diversas formas de vida familial atual); 3. A Comunidade (no sentido de permitir organizações eclesias ou comunitárias diversas que, mesmo tendo a mesma identidade e fazendo parte da mesma família, possuem características completamente diferentes).

A provocação da Dra. Nívia pegou em cheio nossa sensibilidade eclesial e nossa consciência eclesiástica motivando uma ampla discussão sobre os aspectos mais "tradicionais" e mais "alternativos" que existem dentro do anglicanismo e do catolicismo romano (também representado pelo Diretor e Coordenador da ESTEF - Frei Aldir e Frei Vanildo) além de estudantes. Certamente um assunto que gostaríamos de ampliar e aprofundar!