06 julho 2008

06 de Julho 2008 • Trindade VII

Leituras
Profecia de Zacarias 9.9-10
Salmo 145
Carta aos Romanos 8.9, 11-13
Evangelho de São Mateus 11.25-30

Pecado e Perdão

“Dentre todos os esforços pela cura das enfermidades humanas, freqüentemente há uma lembrança que fica em falta, a da dimensão do pecado e do perdão.
É esta dimensão do pecado e do perdão que o sacerdote mantém vivos pelo ofício que representa o perdão da Igreja e o do Senhor Jesus. Ele o exercerá pelo ministério da Confissão e Absolvição e também pela pregação do Evangelho da Reconciliação.
A fé dos discípulos falhou e foi restaurada à uma nova profundidade. Pode mesmo acontecer que a resposta do Pai à oração de Jesus permitisse que a lealdade dos discípulos falhasse, na certeza de que, através do fracasso, se libertassem da auto-confiança e assim se juntassem à fé que é a verdadeira morte para o eu.
Se a teologia deseja evitar os perigos de uma falsa secularização, a salvaguarda segura está em manter em seu âmago mesmo as atitudes essenciais da criatura para com o Criador, do pecador para com o Salvador. É quando perdemos a atitude de adoradores, de assombro e reverência na presença do Outro, e quando cessamos de pedir por perdão por nossos pecados, que o limite é ultrapassado. É aí que encontramos a crise do cristianismo secular.”

Return of the Prodigal Son - Rembrandt

A Confissão Sacramental

Na Absolvição, o sacerdote participa, por um lado, do coração quebrantado, no pecado e na penitência, e por outro lado, na tristeza e alegria de Cristo que toma sobre si os nossos pecados e os perdoa.
Todo sacerdote deveria conhecer o suficiente de psicologia para perceber o quanto conhece pouco, e assim reconhecer as instâncias em que deve aconselhar a procura pela psiquiatria. Mas há muitas ocasiões em que o sacerdote efetivamente pode ajudar o penitente por seu conhecimento da espiritualidade ao lado da sabedoria prática e da compaixão.
Muitos podem entender que o sentido da confissão sacramental muda para eles com o passar do tempo. Uma primeira confissão pode ser uma ocasião de percepção muito vívida da Cruz e também se mostrar como um momento de transformação na profundidade espiritual. As confissões subseqüentes, nos primeiros anos, pode efetivamente ter esta vivacidade.
Aí pode seguir-se um tempo em que isto cessa e a confissão pareça ter só a dureza de uma disciplina insossa. É então que, vir à Confissão exige uma disciplina séria da vontade e que se pode encontrar agora, por novos momentos, a ternura do amor de Deus, quase oculta, como que sob os nossos fracassos. Descobrimos humildemente como pode Deus nos usar a despeito de nós mesmos. Assim, nossa humildade e confiança agradecida a Ele serão renovadas.”

Arcebispo Michael Ramsey, Gateway to God – Editado por Lorna Kendall – Darton, Longmann and Todd, Londres - 1988