26 julho 2008

27 de Julho de 2008 • Trindade X

Leituras

I Livro de Reis 3.5, 7-12
Salmo 119.129-136
Carta aos Romanos 8.28-30
Evangelho de São Mateus 13.44-52



Jesus: a Escada da Oração Cristã

“A oração cristã significa não só a Oração do Senhor mas Oração do Senhor e o Senhor mesmo. O crente que reza é alguém cuja oração é unicamente sua, um movimento divino e humano dentro de sua própria alma e em lugar algum mais; e como duas pessoas nem mesmo são iguais, também a oração de cada uma será diferente. Mas, por solitária que seja a oração, ela está sempre entrelaçada com a oração de Jesus, com a oração interior do Santo Espírito e com a oração da família orante, a Igreja em todo lugar.
A oração cristã é, em verdade, uma escada cujo topo alcança o céu.
Mas a escada da oração cristã não só alcança o céu e repousa firmemente sobre a terra. Mais que isto, ela une céus e terra muito de perto, porque a escada é Jesus, o Senhor Encarnado.
Nele e por Ele participamos nas orações e louvores dos santos benditos no céu. Nele e por Ele, tocamos, com nossas orações os pecados e tristezas da humanidade. Nele e por Ele nossas orações serão unas, também nEle, como Ele está no Pai pelo vínculo do Santo Espírito.”

A Adoração Litúrgica

Se a Oração do Senhor e a expressão – por Jesus Cristo – forem interpretadas à luz do Novo Testamento, então a oração cristã não é primordialmente mística ou profética em sua essência, mas litúrgica. É a participação dos humanos na ação única de Cristo, morrendo em seu próprio egoísmo humano, da mesma forma como são reunidos em um só Corpo em sua morte e ressurreição.
O movimento regular e ordenado da Liturgia não é um despropósito ou acúmulo à oração cristã; antes, expressa o fato neo-testamentário da adoração como a ação divina, na qual toda oração oração espontânea e congregacional sempre mergulham.
Sendo assim, a comunidade que construimos em nossas paróquias é uma comunidade entre nós que vivemos sobre a terra e a Igreja no paraíso e no céu. Esta dimensão de comunidade sempre precisa de constante ênfase, e de uma expressão litúrgica ainda mais plena, tal como a encontrada no Primeiro Livro de Oração do Rei Eduardo VI. Felizes são os aqueles cujas igrejas estão plenas da lembrança de que a Igreja sobre a terra é uma colônia do céu, e que aqueles que são chamados a serem santos já têm comunhão com os santos na glória.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longmann and Todd, Londres, 1988