02 agosto 2009

Trindade VIII

A Glória da Transfiguração do Senhor

Quando Moisés desceu da montanha do Sinai... não sabia que o seu rosto
estava resplandecente, por ter falado com Deus.”
Livro de Êxodo 34.29

O relato da Transfiguração do Senhor é registrado nos evangelhos de S. Mateus, São Marcos e São Lucas. São Pedro também o refere em sua II Carta. Nas leituras da Festa aprendemos que não se trata somente do mensageiro mas também da mensagem. A mensagem de salvação é para todos e Cristo é o Salvador. O testemunho da Lei e dos Profetas a respeito de Jesus é indicado pela presença de Moisés e Elias. O evento prefigura a própria Ressurreição, antecipando uma provinha da vida da glória. O Evangelho de São Lucas descreve Jesus falando com Pedro Tiago e João, tomando-os consigo para a montanha. Aí, enquanto reza, seu semblante muda e também as suas vestes, de forma branca e brilhante. Uma das lições que precisamos aprender, seja como aprendizes ou mestres na Escritura, no estudo, na meditação, no ensino e na prática, é que mais importante é mostrar que contar! As leituras para a festa da Transfiguração cumprem bem como objetivo de mostrar e nem tanto contar. A comunhão com Deus causou uma mudança radical na visão, tanto de Moisés como de Jesus. Como eles aparecem não importa muito! Deus teve um impacto poderoso nas suas vidas porque eles irradiam Sua presença e visão. Todos nós refletimos o efeito da comunicação com Deus. Podemos não brilhar como Moisés e Jesus (embora isso seja também possível!) – mas de alguma forma mostramos, por palavras e conduta, aquilo que efetivamente mostramos e contamos aos demais em nossa vida diária. O Arcebispo Michael Ramsey, (100º Arcebispo de Cantuária), dentre seus muitos livros, escreveu The Glory of God and the Transfiguration of Christ. É um dos clássicos da melhor teologia Anglicana. Contam, os que o viram frequentemente rezar em sua capela, em silêncio profundo e impressionante quietude que, ao rezar, o velho Arcebispo, alguma coisa verdadeiramente acontecia. Em sua teologia, ele estuda o uso da palavra “kabod = glória” como sinal efetivo e sério da Presença do Pai na vida humana.