15 dezembro 2010

FELIZ NATAL PARA TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE!


Queridos amigos e amigas do SETEK...

Queridos e queridas estudantes...

Queridos e queridas professores e professoras...

Queridos e queridas parceiros de caminhada teológica...

Queridos Bispos e demais responsáveis pela Educação Teológica na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil...


Celebremos a Divina Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo!


No meio das muitas festas, das luzes, das lindas e solenes liturgias de nossas comunidades...

Ainda está a mãe pobre, a criança pobre, as famílias excluídas nesta ordem que nega um lugar para nascer como pessoa, como cidadão, como pessoa de fé, como co-criador...

Por isso como Seminário Dom Egmont Machado Krischke queremos testemunhar, através da Teologia, que o lugar da Encarnação continua o mesmo!

Cristo vem para dentro de nós, mas devemos encontrá-lo fora de nós...no amor profundamente divino e humano... na solidariedade... na justiça... na dignidade... na partilha...


DESEJAMOS A TODOS E TODAS, UM FELIZ E ABENÇOADO NATAL

E UM ANO DE 2011 CHEIO DE AMOR, QUE NOS FAÇA MAIS PRÓXIMOS/AS DE NOSSO PRÓXIMO/A!


Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves

Reitor do SETEK
Profa. Vera Lucia Simões de Oliveria
Coordenador Acadêmica do SETEK

MATRICULAS PARA A INTEGRALIZAÇÃO DE PESSOAS JÁ FORMADAS PELO SETEK



  • Estão abertas as matrículas para aquelas pessoas que desejem fazer a INTEGRALIZAÇÃO DO CURSO DE TEOLOGIA através da ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA (ESTEF) em convênio com nosso Seminário.

  • O custo, com o desconto por estarem matriculados no SETEK, será de R$ 2.400,00 (a serem pagos diretamente na ESTEF). Pagando a vista ainda há mais 10% de desconto.

  • A matrícula no SETEK será no curso de APROFUNDAMENTO DE ESTUDOS, na área de ênfase em que farão o TCC no curso de Integralização. Esta mátricula pode ser feita desde já, para iniciar os estudos em Março de 2011, mesmo que a matrícula na ESTEF só seja em Julho de 2011.

  • O curso no SETEK não terá custo algum e as pessoas poderão se hospedar no Seminário, ficando as despesas de alimentação e transporte por conta de cada pessoa. Durante os três módulos intensivos de 10 dias (Setembro de 2011; Abril e Setembro de 2012) as pessoas inscritas participarão da vida devocional e comunitária do SETEK que será devidamente adaptada aos seus compromissos com a ESTEF.

  • A possibilidade de bolsas junto a Junta Nacional de Educação Teológica e outras fontes, será por conta de cada pessoa. Não existe atualmente um programa de bolsas em funcionamento na IEAB.

PARA SE INSCREVER BASTA LIGAR, OU ENVIAR E-MAIL PARA O SETEK, INDICANDO:


a. Nome completo:


b. Ano da formatura no STIEB, STIEAB ou SETEK.


c. Tema geral que deseja aprofundar ou área de estudo preferencial (depois pode detalhar melhor).


d. Vai precisar hospedagem no SETEK?


e. Endereço, telefone, e-mail.



12 novembro 2010

EVELYN UNDERHILL – A MULHER E A MÍSTICA NA PERSPECTIVA DO ACOLHER E SERVIR


Vera Lucia Simões de Oliveira,

professora de História da Igreja

e Coordenadora Acadêmica do SETEK



Infância e Juventude


Evelyn nasceu na Inglaterra, no ano de 1875. Seus amigos costumavam dizer que ela era muito reservada, no que se refere ao seu período de infância. Parece que seus pais tinham uma vida mais voltada para o casal e a menina, filha única, era relegada a um papel secundário na família, situação não incomum na Inglaterra vitoriana, em lares abastados. Seu pai, Sir Arthur Underhill, no entanto, parece ter percebido as potencialidades intelectuais de sua filha. Ele era um brilhante advogado que, na época do nascimento da menina, filha única, mudou-se com a família de Wolverhampton para Londres.(Talvez essa mudança tenha ocorrido por desejo de elevação de status social, ao sair-se de uma cidade pequena e ir morar na Londres cosmopolita da época, centro do Império Britânico, onde vivia a corte e onde recepções faustosas se sucediam). Ele e sua esposa gostavam de velejar, tinha um pequeno iate, conduzido por marinheiros, e foram os iniciadores da pequena Evelyn neste hábito familiar. No entanto, parece que a menina não fazia boa figura neste quadro familiar de velejadores e ela cedo foi enviada para uma escola, onde ficou até os 16 anos. Apesar disso, segundo afirmava, sua família era afetuosa e lhe dava uma sensação de segurança.
Antes de deixar a escola, ela escreveu uma carta à sua mãe onde falava sobre como o ideal de uma mulher e esposa deveria ser, e segundo Evelyn, esse ideal era inspirado em sua mãe. Sua vida de estudante foi marcada pela seriedade e dedicação e, ao voltar para a casa, depois de cursar uma escola para meninas de posição social elevada, estava habilitada a enfrentar o que se esperava de uma jovem no fim da era vitoriana: tinha elevado senso artístico, suas disciplinas favoritas eram ligadas à área de Humanidades e Línguas e o interesse místico já começava a se insinuar nela. Além disso, sabia dirigir uma casa, onde se ordena aos criados o dia-a dia de uma família bem postada, financeiramente. Escrevia bem e mantinha o hábito constante de escrever cartas, o que muito lhe valeu, mais tarde, em sua experiência religiosa. Seus pais eram nominalmente anglicanos, e essa indiferença religiosa dos mesmos começa a formar na jovem uma inquietação a respeito de seu futuro de fé, apesar de que um de seus tios era sacerdote anglicano. Na verdade, seu pai era um Deísta convicto, apesar do irmão sacerdote, e isso, de início, influenciou profundamente a Evelyn em sua vida espiritual. Apesar disto, ela havia sido batizada e confirmada na Igreja Anglicana e se preparara muito para a sua Confirmação, o quer demonstra, pelo menos, o seu nível de responsabilidade.
No último dia em que esteve na escola, escreveu uma carta à sua amiga Lucie Menzies, dizendo, entre outras coisas, que:” ... Meu ideal de um homem é o de que ele possa ser verdadeiro, forte, intelectual, e com consideração; não um aderente a algum partido extremista, mas sempre pronto a ajudar os pobres e os oprimidos.Não importa se ele não é bonito, ou se é tímido ou brusco, pois estas são coisas supérfluas. Eu nunca vi um homem que atendesse a meu ideal. Na vida real, eu admiro muito a Maomé, porque ele era sincero, Giordano Bruno, porque ele era forte e verdadeiro, e Jesus Cristo, por sua ética. Ele era perfeito e sempre pensava nos fracos, em primeiro lugar.
Na ficção, eu admiro o Satanás de Milton, por sua fortaleza, o Rei Artur, de Tennyson, por sua bondade,e o Romeu, de Shakespeare, por seu charme pessoal.

... Eu não acredito em preocupar a Deus com orações por coisas que desejamos. Se Ele é Onipotente, Ele sabe o que desejamos D´Ele, e se Ele não o é, não nos pode conceder o que desejamos. Eu penso que é um insulto a Deus repetir as mesmas orações todos os dias. Isso seria o mesmo que dizer de Deus que Ele é surdo, ou de pouca compreensão.
... Eu não acredito que a Bíblia tenha sido inspirada, mas penso, sempre, que ela é um dos melhores e mais sábios livros que o mundo jamais conheceu.” (Cropper,Margaret – Evelyn Underhill, pág.5)
Por este pequeno texto de uma carta escrita a uma outra jovem como ela, uma adolescente, podemos perceber o nível intelectual das meninas em pauta, mas, ao mesmo tempo, um pouco de ingenuidade, fé, descrença e, acima de tudo impertinência, no que se refere ao que pensamos nós, cristãos e cristãs, sobre Deus e a Bíblia. Mas também consideramos a coragem de sua sinceridade e o nível de reflexão que preocupava a uma jovem de quinze para dezesseis anos.

Certamente, seus pensamentos não eram frívolos e superficiais. Na fase dos quinze anos, Evelyn, contrariando seus pontos de vista (já que afirmara na carta à amiga que não se devia cansar a Deus com orações) orava diariamente por dois jovens irmãos: Jeff e Hubert Stuart Moore, seus vizinhos recentes. A mãe dos dois jovens já havia falecido e a Sra. Underhill os tomara sob sua proteção. Começou assim o contato de Evelyn com seu futuro marido, pouco mais velho do que ela.O pai dos mesmos também era advogado, caminho seguido por Hubert, mas talvez por precisar abrir espaço na vida, os dois se casaram quando a noiva já tinha 32 anos, o que não era usual na época. Ele foi seu primeiro e único namorado e entre outras coisas, compartilhava com ela seu intenso amor pela Natureza. No entanto, Hubert era anglicano convicto e isto dificultou bastante a relação inicial dos dois, pois Evelyn, quando se sentiu verdadeiramente cristã, pensou em aderir ao Catolicismo Romano, o que desgostava a Hubert, que não desejava ter uma esposa de uma confissão diferente da sua.
A jovem, sempre inquieta intelectualmente, manteve uma conexão de estudos com o King´s College, de Londres, a qual continuaria por sua vida inteira. Inicialmente, ela estudou Botânica e Línguas; depois, estimulada por seu pai, Filosofia e Ciências Sociais.Logo depois, ou ao mesmo tempo, desperta para começar a escrever, inicialmente para revistas femininas. Nessa época, desenvolve profissionalmente suas habilidades manuais como encadernadora de livros. Depois, ela começou a desenhar, e tudo o que fazia era bem feito e com compenetração. Na arte de encadernar, encontra uma grande afinidade com Hubert, que gostava de esculpir. Assim, os dois desenvolveram atividades manuais, trabalhando em conjunto, muitas vezes, com grande alegria – ela encadernava, enquanto ele esculpia, num velho galpão da casa de Evelyn.
Mas o trabalho manual não a fazia esquecer do estudo.Estimulada pelo pai, ela leu Dante, Plotino e, nesta época, afirmava que não tinha mais nenhum interesse religioso. ( O Deísmo com o que se pai simpatizava, dizia, entre outras afirmações, que Deus existe porque é parte da criação da mentalidade humana. Na verdade, este Deus, fruto da liberdade religiosa do homem, numa religião natural, não tinha poderes divinais, nem tinha sido responsável pela Criação. De Jesus Cristo e do Espírito Santo, nem se cogitava. Evelyn, que tinha muita afinidade intelectual com o Pai, sofria discreta influência desse tipo de reflexão. Daí o conceito de Deus, indicando uma certa dúvida, que citamos de sua carta à amiga Lucy Menzies).
Em 1898, ela foi, no iate da família, com os pais, para a Suíça e a Itália, em férias. E foi aí que ela “descobriu” a Itália e todo o seu potencial artístico e, principalmente, religioso. Sobre este país, ela escreveu: “Itália, a terra santa da Europa, o único lugar que permanece, eu suponho, como realmente medicinal para a alma... Há um tipo especial de pessoa que precisa ir até lá para encontrar-se a si mesmo” . ( Cropper, Margaret, pág.13.) Essa afirmativa mostra a mudança espiritual que estava começando a se processar nela: deixa de acreditar num Deus imaginado, e se volta para o Deus único. Só que ela entendia essa unicidade, inicialmente, como só existindo o Deus Pai. A Trindade não era, ainda, fruto de suas preocupações.
Tempos depois, sem a companhia da família, ela vai só à Florença. Visitando igrejas e galerias, sua alma sedenta de fé encontra conforto e devoção, nas imagens pintadas ou esculpidas com beleza e amor. Era um tempo de semeadura para ela. Numa carta a Hubert, ela afirma, entre outras coisas, que essas visitas em que não sentia o tempo passar, ao olhar as obras de arte, eram de caráter espiritual para ela, e que sua alma estava, inconscientemente, aprendendo muito sobre coisas profundas da vida. E a sua preocupação, no momento, estava no que era distante e indistinto, o Além. E ao pensar no Além, ela não estava preocupada com Dogmas ou Instituições, só com o que viria depois, o supremo encontro com Deus.
É nessa etapa que ela descobre os místicos medievais. E também busca saber mais sobre o oculto. Começa a selecionar, então, entre seus amigos, os que tinham preocupações semelhantes, entre eles, seu futuro cunhado e sua esposa. Formou um circulo de amizades, que se encontrava para discutir estes temas. O próprio Hubert, não afeito a esse assuntos, mediante acervo do Museu Britânico sobre a Virgem, municiou-a com material sobre o misticismo contemplativo. Talvez a influência dos seus cunhados, romanos e não anglicanos, suas visitas à Itália e sua contemplação de obras místicas, e sua preocupação com o Depois, ou Além, tenha despertado com mais força o interesse de Evelyn na Igreja Romana. Como muitos dos seus amigos mais religiosos eram romanos, ela passa a aceitar a idéia de que a Igreja Anglicana era como todas as igrejas protestantes; carente de alegria, pois a alma só se sentiria feliz em seu encontro com Deus, na devoção católica-romana.
Suas viagens à Itália continuavam, muitas vezes Evelyn as fazia acompanhada de sua mãe. Ela ainda estava na década dos 20 anos, e continuava solteira, por isso, utilizando os recursos financeiros da família, viajava, principalmente à Itália, onde encontrava conforto espiritual.
Em 1904, ela começou a fazer parte de um grupo chamado “Sociedade dos Pesquisadores da Alma”, onde aconteciam experiências de ocultismo. Mas logo se desvincula do grupo, por não se sentir confortável no meio deles. É nessa época em que escreve o livro “O Mundo Cinzento”, no qual relata desventuras de uma jovem que vem a falecer e de sua peregrinação no Além. Este livro alcança sucesso de bilheteria. Na medida em que continua a escrever, às vezes utiliza-se de pseudônimo masculino, ”John Cordelier”, pois, na época, era no mínimo estranho, senão um escândalo, uma jovem mulher escrever sobre temas não comuns.Mas Evelyn começava a ser procurada por editores, pois seus livros eram sempre sucesso.Um detalhe interessante sobre a jovem escritora é que ela amava os gatos e gostava de tê-los entre seus personagens.
Depois de “O mundo Cinzento” ela escreve mais dois livros, entre eles, “A Coluna de Poeira” que, entre outras coisas, marca o período de confusão espiritual pelo qual a autora estava passando. Mais tarde, ela abandona esse misticismo confuso, e escreve uma obra chamada “Os Milagres da Virgem Maria”, na qual ela demonstra o seu misticismo de então, livro este que, novamente, faz um enorme sucesso entre os/as leitores/as. Evelyn tinha o dom de tocar a almas das pessoas, não importando o tema que abordava. Prova do alcance de Evelyn, foi o depoimento que fez dela uma amiga recente, Mrs. Belloc Lowndes, ao escrever: “Com uma agradável maneira de ser, ela permaneceu profundamente nas memórias de minha juventude. Ela era gentil, silenciosa e despretenciosa; seu nome era Evelyn Underhill, e quando a vi pela primeira vez, ela havia acabado de escrever o Livro “O Mundo Cinzento”, logo seguido pelo “A Coluna de Poeira”. Ambos os romances tem neles uma qualidade especial de beleza poética que nenhum autor havia conseguido, até então. Evelyn era excessivamente modesta, e nunca falava de si mesmo ou de seus escritos”.(Cropper,Margaret,pág.27.)
Depois dessa época, Evelyn incrementou seus planos de ingressar definitivamente na Igreja Católica. Nessa fase, ela conheceu seu grande mentor espiritual, cristão e católico romano, o barão Von Hügel. Evelyn havia lido histórias de muitos místicos, desde os da Igreja Celta, como São Columba, até santos da Cristandade Medieval, como Santa Tereza D´Ávila e São João da Cruz, entre outros e, particularmente, se encantara com um monge místico holandês, Ruysbroeck. Além disso, conhecia Santo Agostinho, especialmente através de suas “Confissões” e Juliana de Norwich, mística do século XIV, em suas “Revelações do Amor Divino”. Na medida em que lia, mais e mais, recomendava seus amigos mais diletos a lerem como ela.
Eu entendo toda essa fase anterior de Evelyn, até se definir, finalmente, pelo Cristianismo, como um caminho que o Senhor a fez percorrer, porque conhecia o nível de exigência espiritual de sua alma,e, subindo degrau por degrau, e assimilando o que de bom havia em várias correntes, até não cristãs, a jovem estava crescendo em sua fé. Quando esteve em Roma, havia sido recebida pelo papa, numa audiência particular, o que foi um momento muito especial para ela. Tudo indicava sua inclinação por Roma. (Sua adesão à Igreja Anglicana, após o seu casamento, foi o resultado de uma longa peregrinação, consciente e inconsciente, até a sua plena decisão final. E mesmo que, antes, se preocupasse profundamente com a posição anglicana do esposo, as suas tentativas de tornar-se romana eram relacionadas ao seu estágio espiritual, particular, do momento). Nessa peregrinação, a ajuda do Barão Von Hügel, seu extraordinário orientador espiritual católico-romano,ocupou um lugar importante. Também um grande místico e erudito,em sua constante correspondência e ocasionais encontros pessoais, ele a dirigiu com mão firme, experiente e austera. Apesar de seu extremo afeto pela jovem Evelyn, ele não hesitava em corrigi-la seriamente, ao ler suas idéias nas cartas trocadas. Certa vez, chegou a classificá-la fortemente de Unitariana ( forma de expressão religiosa que só valoriza a Deus, não dando importância à Trindade; portanto, o Filho e o Espírito Santo não contam para os unitarianos; Igrejas unitarianas são comuns na Inglaterra e Estados Unidos), porque sua devoção era dirigida unicamente ao Deus pai. Ela desconsiderava a Jesus, como Deus, o mesmo com o Espírito Santo. Isto poderia ser um resquício da experiência deísta de seu pai, que a influenciara. Von Hügel dedicou-se, então, a trabalhar com ela os mistérios da fé cristã, de um modo equilibrado entre o espiritual e o racional. Ele percebeu que, para Evelyn, apesar da sua tendência mística, o convencimento racional era um meio importante para a sua decisão final. E,para surpresa sua, quando ela se decide, como já foi dito, a decisão foi para aquilo que ela havia rejeitado, antes: o Anglicanismo. O fato é que não foi somente para agradar a Hubert que fez essa opção, mas sim porque, com a continuidade de sua vida intelectual, literária, da manutenção de vários círculos de amizades de várias linhas religiosas, finalmente, Evelyn vai se encontrar com anglicanos eruditos, que lhe dão uma nova perspectiva sobre a Igreja que, no fundo, ela não conhecia. Suas impressões anteriores eram superficiais. Assim, o trabalho de conscientização cristã plena do barão, mais a convivência com uma liderança anglicana esclarecida deu o toque para o processo final da busca de Evelyn.O interessante é que ela nunca desistiu de suas aspirações mais íntimas, e nunca abandonou, também, o desejo místico.
No momento em que sua fama começa a espalhar ainda mais, ela deixa de ser conhecida apenas como Mrs. Moore. Seu nome, Evelyn Underhill passa a ser usado em todas as circunstâncias profissionais de sua vida. Era chamada de Mrs. Moore somente no ambiente doméstico.
A partir daí, Evelyn descobre o mundo, ou o mundo anglo-saxão e europeu a descobre. Ela foi a primeira mulher a ser convidada para dar palestras na rígida e tradicional Universidade de Oxford, para o seu Corpo Docente. Também, foi a primeira mulher a falar à Câmara dos Bispos da Igreja da Inglaterra.Com isso, abriu caminhos com seu carinho, sua feminilidade, sua seriedade e competência, para o reconhecimento da potencialidade de outras mulheres. E se tornou reconhecida e com aprovação unânime.
Sua missão, como cristã, não se esgotou aí. Na vivência do “Adorar e Servir”, Evelyn praticava esse binômio, principalmente proporcionando e dirigindo retiros espirituais, para grupos ou para pessoas, individualmente. Pessoas de grande espiritualidade a acompanhavam nesses eventos. Mas a pedagogia de Evelyn era a da simplicidade e da comunicação fácil. Com isso,ela se tornava acessível às pessoas. Evelyn foi envolvida, pela Igreja, no processo de revisão do Livro de Oração Comum, em 1927. Ela orou muito para que a revisão se processasse, fosse aprovada pelo parlamento, e o papel dos leigos ampliado na Igreja da Inglaterra. Mas isto não aconteceu.( A Igreja da Inglaterra é ligada ao Estado e qualquer alteração canônica geral, doutrinária ou litúrgica tem que ser aprovada pelo Parlamento Inglês). Evelyn,entristecida, no entanto sentiu que suas forças espirituais se revigoravam. Parece que chegara à conclusão de que estava na Igreja da Inglaterra porque Deus tinha uma missão para ela, nesta Igreja, mesmo sendo mulher, e não agradando a alguns bispos conservadores e, até, líderes parlamentares. Seu esposo estava sempre junto, nas horas mais difíceis, amparando-a e animando-a com seu amor. Evelyn e Herbert sempre foram uma casal extremamente apaixonado um pelo outro, e o tempo não diminuiu esse amor, mas não tiveram filhos.
Não havia, na Inglaterra, lugar mais querido por Evelyn, do que Plesheys. Lá ela organizara um centro de retiros e, também, de devoção particular, para ela e outras pessoas. Num desses eventos, ela refletira sobre a atração que a Igreja Católica Romana tinha para os que desejavam a espiritualidade mística. E se perguntava: por que isto acontecia? Depois de muito meditar, descobriu que esta pergunta não era necessária de ser respondida por ela, porque estava onde Deus a tinha colocado, para a sua missão. O “Acolher e Servir” era essencial, para ela, como complementação do “Adorar”.E sua missão alçava vôos maiores: começou, na BBC de Londres, programas de rádio intitulados “A Vida Espiritual!”, que depois, foram editados.
O ano de 1938 viu-a ser indicada para receber o título de Doutora em Divindade, ou Doutora em Teologia “honoris causa”, da Universidade de Aberdeen (Escócia), título que não recebeu pessoalmente, embora a Universidade houvesse adiado por um ano a entrega pessoal. Sua saúde já estava delicada, pois adquirira asma. A honra acadêmica foi, então, enviada a ela.
Um de seus amigos mais significativos foi o escritor C.S.Lewis. Os dois mantiveram correspondência importante.Outro amigo seu foi T.S.Eliot que a visitou durante a guerra, quando já estava no fim de sua vida.
Em 1940, ela escreveu seu importante livro “Abba”, tendo como base o Livro de Oração Comum. A primeira tiragem foi de 1500 livros, logo vendidos, e a segunda, a seguir, de 5000. O período de guerra, que trouxera dificuldades financeiras aos Moore,viu a extraordinária vendagem dessa obra, baseada em retiros que ela fizera em 1935, mas que, em 1939, ano que começou a Segunda Guerra, foi ampliado com interpretações pessoais sobre seus mais íntimos místicos.
Ela viveu o período das 2 Guerras Mundiais, na primeira, trabalhando como voluntária na logística, na segunda (em parte dela), como ativista ativa e pacifista, além de possuir um devotado espírito ecumênico... Neste trabalho pela paz, seu grande líder foi o Arcebispo de Cantuária, William Temple. Infelizmente, Evelyn veio a falecer no dia 15 de junho de 1941, na idade de 65 anos. Sua vida foi cheia, plena e abençoada . Ela e o Arcebispo faleceram com pequena diferença de tempo, entre um e outro. A Igreja da Inglaterra,no auge da Segunda Guerra, perdia dois de seus mais brilhantes filhos.
Em sua vida, Evelyn escreveu muitos livros, com vários temas. Temos alguns deles em nosso Seminário, em Porto Alegre. O problema para nós, brasileiros/as, é que eles não estão traduzidos para nossa língua. Ela abordou vários temas em suas obras, desde poesias juvenis até livros de profunda espiritualidade.
Obras de Evelyn Underhill (conforme a Wikipedia-Google; a maioria dos títulos foram traduzidos por mim; alguns não o foram, porque uma tradução mais literal ou livre poderia não corresponder ao conceito pleno do termo, no sentido em que foi empregado - N da A.)


POESIA:


“The First Lamb´s Ballad Book” (1902).
“Imanência” (1916).
“Teofanias” (1916).
ROMANCES (Novels):
“O Mundo Cinzento” (1904).
“O Último Mundo” (1907).
“A Coluna de Poeira” (1909).


RELIGIÃO (Não ficção):


“Misticismo”: Um estudo sobre a natureza e desenvolvimento da consciência espiritual do Homem (1911) – sua obra mais conhecida (N.da A.).
“O caminho da Eterna Sabedoria – Um comentário místico sobre o Caminho da Cruz” (1912).
“Introdução” de sua edição da obra anônima “The Cloud of Unknowing”, de um manuscrito encontrado no Museu Britânico (1912).
“The Spiral Way” ( uma meditação sobre os 15 mistérios para o crescimento da alma)(1912).
“O Caminho Místico . Um estudo psicológico das origens cristãs.” (1914).
“Misticismo Prático . Um pequeno Livro para pessoas comuns.” (1914).
“Ruysbroeck” (1915).
“Introdução à canção de Kabir”, traduzida por Rabindranath Tagore. (1915). (Tagore era um famoso escritor indiano que se tornou grande amigo de Evelyn, daí o fato dela ter feito uma introdução para a tradução que o poeta indiano havia feito daquela obra, para o inglês – N. da A.)
“O essencial do Misticismo e outros ensaios”. (1920)
“A vida do Espírito e a vida de hoje”. (1920)
“Os Místicos da Igreja”. (1924)
“Concerning the Inner Life.” (1927)
“O Homem e o Sobrenatural “.Um estudo do teísmo. (1927).
“A Casa da Alma” (1929).
A Luz de Cristo. (1932).
The golden sequence. A furfold study of the spiritual life.(1935).
A Escola de caridade. Medityações sobre o Credo Cristão. (1934).
Adoração. (1936).
A vida espiritual. (1936).
O mistério do sacrifício. Um estudo sobre liturgia. (1938).
ABBA. Uma meditação sobre o Pai Nosso (1940).
Cartas de Evelyn Underhill. (1943) (publicadas após sua morte. N da A. ).
Santuários e cidades da França e Itália. (i949). (idem)
Fragmentos de uma vida interior. Cadernos de Evelyn Underhill. (1933). (Não tenho certeza desta data de edição; poderia muito bem ter sido editada em 1943, 2 anos após sua morte – mas foi citado como está na fonte. N da A.).


ANTOLOGIAS: (obras compiladas e editadas após sua morte. N da A.)


Frutos do Espírito. (1942).
Textos selecionados escritos por Evelyn Underhill. (1946).
A Quaresma com Evelyn Underhill . (1964).
Uma Antologia sobre o Amor de Deus. (dos escritos de Evelyn Underhill). (1976).
Os Meios do Espírito. (1990).
Evelyn Underhill -Guia moderno sobre a velha questão do Sagrado. (1998).
Evelyn Underhill.Textos essenciais. (2003).
Radiances. A spiritual Memoir. (2004).

Estudos e comentários de outros autores:


CROPPER, Margaret – A vikda de Evelyn Underhill (1875-1941). Uma introdução a sua vida e seus escritos. (1976)
CALLAHAN, Annie – Evelyn Underhill. Espiritualidade para a vida diária.(1997)
GREENE, Dana – Evelyn Underhill. Artista da vida infinita. (1998)

Links externos:


The Evelyn Underhill Association – Wikipédia, Google.
Christian Classics Etherial Library
Works of Evelyn Underhill – Project Gutenberg

Desde o ano de 2000, a Igreja da Inglaterra passou a reservar uma data especial para a lembrança de sua memória: 15 de junho. Ela também é lembrada no Calendário da Igreja Episcopal Americana, na mesma ocasião.
É uma feliz concidência que, em 15 de junho de 1903, começasse o processo da Educação Teológica na nossa Igreja, na cidade de Rio Grande. Por isso, Evelyn foi escolhida como madrinha espiritual do SETEK. Se a Comunhão Anglicana tivesse o hábito de beatificar pessoas, certamente Evelyn Underhill seria uma delas.


Referência Bibliográficas:
COOPPER, Margaret. EVELYN UNDERHILL . London, New York, Toronto . Longmans, Green and Co, 1958.
SCHLESINGER e PORTO – DICIONÁRIO BÍBLICO DAS RELIGIÕES – Petrópolis,Vozes

SETEK, 15 de junho de 2010.

03 novembro 2010

PALESTRA NO ENCONTRO DE FORMAÇÃO DO SERVIÇO ANGLICANO DE DIACONIA E DESENVOLIVMENTO


Bases bíblico-teológicas para a ação diaconal da Igreja na sociedade
Revdo. Dr. Humberto Maiztegui Gonçalves
Reitor do Seminário Dom Egmont Machado Krischke (SETEK)


1. DIANCONIA: Deus toma a iniciativa!

Toda a revelação bíblica mostra Deus agindo ANTES, tomando a iniciativa! No 1º Relato da Criação (Gn 1:1-2:4a) do CAOS do NÃO-VIDA a ação CRIADORA DE DEUS gera a VIDA e ADMIRA SUA OBRA, dizendo que: “era bom”. Deus admira e indica que o sentido da vida é “bom” (tov). Este primeiro relato finaliza como o DESCANSO ou SHABAT que, no contexto do Exílio Babilônico em que este relato foi gerado, consagra o direito DE TODAS AS PESSOAS A ADMIRAR E DESFRUTAR DO FRUTO CRIATIVO E PRODUTIVO DO TRABALHO.

A AÇÃO DIACONAL DE DEUS BUSCA:

1. GERAR VIDA DIANTE DO CAOS NÃO VIDA, PROMOVENDO O QUE É BOM!


2. GARANTIR O DIREITO HUMANO A DESFRUTAR DO RESULTADO DO TRABALHO DE DEUS (CRIAÇÃO) E DO TRABALHO HUMANO (PRODUÇÃO CO-CRIATIVA).

No segundo relato da CRIAÇÃO (2:4b-3:24) a ação DIACONAL envolve o FATOR HUMANO como CONDIÇÃO PARA A GERAÇÃO DE VIDA! Este relato foi gerado por pessoas que viviam no deserto ou nas proximidades que dependiam de um pouco de Terra Fértil (em hebraico adamáh) para sobreviver. Da palavra para “terra fértil” surge a palavra Adam ou “ser humano” (assim como no latim humus e humano). Dentro desta relação O SER HUMANO que deve CULTIVAR A TERRA, libertando seu potencial GERADOR DE VIDA. Junto com o fator humano há um FATOR NATURAL que é a ÁGUA através da qual se vincula a TERRA ao SER HUMANO! Veja que o próprio Humano é feito de terra e água! O Paraíso ou Édem era um lugar de onde estas famílias foram excluídas. O relato tenta explicar por que elas não podem, e não devem; retornar para lá. De um lado temos a CRIAÇÃO como TRABALHO CO-CRIATIVO ao e do outro o Éden como BEM RECEBIDO sem TRABALHO! O Éden que reúne os rios de todos os impérios conhecidos na época (Egito – Nilo, Mesopotâmica – Tigre e Eufrates, Sabá ou Etiópia – Guihón). Este é o PRIMEIRO CONFLITO DESTE RELATO: Projeto Participativo/Co-criativo XProjeto do Dependente/Consumista.
Representando o perigo CONSUMISTA está a SERPENTE símbolo do poder dos REIS DO EGITO! No desfecho, apesar das conseqüências dolorosas do CONFLITO (sofrimento, dores de parte, dificuldades do trabalho) se ANUNCIA A DESTRUIÇÃO DA SERPENTE pela MULHER que recebe o título de MÃE DE TODOS OS SERES VIVOS (3:24).


2. Êxodo: iniciativa de Deus no serviço como libertação!

A ação de DEUS independe da vontade humana. O Senhor Javé NÃO É CHAMADO pelo povo ou por algum representante à INTERVIR NA SITUAÇÃO DE OPRESSÃO, SOFRIMENTO e ESCRAVIZAÇÃO NO EGITO! Deus age porque OUVE O CLAMOR (Êx 3:7-9; 6:5). Da mesma forma é Deus que, sensível as situações de miséria, indignidade, abandono, injustiça, discriminação e exclusão sai na nossa frente e NOS CHAMA PARA O EXERCÍCIO DA DIACONIA. Como fez?

a. DEUS PROPÕE O PROJETO que gera UM NOVO POVO em UMA NOVA TERRA onde são oferecidas CONDIÇÕES PARA VIVER BEM (Êx 3:8 e 6:6-9). Deste ponto de vista trata-se de UM PROJETO DE DESENVOLVIMENTO e QUALIDADE DE VIDA.
Deus chama servos/servas para serem AGENTES DO PROCESSO LIBERTADOR DO POVO.
c. DEUS PROPÕE A METODOLOGIA DO DIÁLOGO EVIDENCIANDO O SEU CARÁTER LIBERTADOR E SUA PRESENÇA JUNTO AO SEU POVO (Nome: “TÔ QUE TÔ”) SENDO QUE o PROJETO LIBERTADOR PARA TODOS (incluindo os próprios AGENTES).


O PROJETO SE CONSTRÓI ATRAVÉS DE REIVINDICAÇÕES DE LIBERTAÇÃO (não apresentando todo o projeto ao opressor, mas apenas o ESSENCIAL para TEREM CONDIÇÕES DE MÍNIMAS DE CONTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS AO SISTEMA QUE OS OPRIMIA).
Inclui um PROCESSO DE CONSCIENTIZAÇÃO, ORAGANIZAÇÃO e PARTICIPAÇÃO NO PROJETO LIBERTADOR (Pragas/Páscoa – Êx 7 a 14).
Leva à CELEBRAR A VITÓRIA E CONTINUAR O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE FORMA AUTÔNOMA, mesmo que no DESERTO com novos desafios e dificuldades (Êx 15-19).

Não se faz DIACONIA sem PROJETO, mesmo que este não esteja totalmente escrito, mas é necessário saber o que ser quer quando se participa da ação diaconal libertadora e transformadora. Muitas vezes queremos ajudar pessoas apenas para CUMPRIR COM A LEI DE AMAR AO PRÓXIMO, mas aqui se trata também de AMAR A DEUS e buscar a realização da SUA VONTADE AMOROSA na HISTÓRIA.
Sendo assim, antes de pensar o que nos queremos fazer, como ação diaconal, devemos perguntar o que Deus quer ou para o que Deus está nos chamando. Certamente Moisés, Arão e Míriam levaram um susto com a tarefa proposta por Deus. Moisés diversas vezes questionou Deus (principalmente nos momentos de crise, como em Êx 17:4:

E clamou Moisés ao SENHOR, dizendo: Que farei a este povo? Daqui a pouco me apedrejará.


3. JESUS: A NOVA INICIATIVA DE VIDA E DIGNIDADE PARA TODAS AS PESSOAS.

Jesus apresenta sua ENCARNAÇÃO, seu MINISTÉRIO e sua DOAÇÃO em favor da VIDA como um PROCESSO DIACONAL, isto é, de SERVIÇO!
Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.(Mt 20:28; Mc 10:45)

Jesus é o exemplo supremo de diaconia como doação e plena generosidade. Ele não se doou em favor da humanidade por causa de qualquer coisa que tenhamos feito para “merecer” isso, ou porque estivesse em dívida conosco. Jesus exerce a diaconia por puro amor (João 3:16). Da mesma forma nossa ação diaconal é feita como AGRADECIMENTO pelo que DEUS EM CRISTO JÁ FEZ POR NÓS! A gratidão não a conseqüência da ação diaconal (ajudando outras pessoas na expectativa de que nos agradeçam), mas é A CAUSA da ação diaconal porque a realizamos, e nos doamos, em sinal de agradecimento pelo Deus já fez por nós e continua a fazer. Da mesma forma as pessoas que hoje são alvo de nossa ação são chamadas a expressarem seu agradecimento em ações diaconais para outras pessoas.

Jesus se coloca como SERVO dentro de um PROJETO RE-CRIADOR e LIBERTADOR (Lc 4:18-21). Este PROJETO RESGATA DE FORMA INCLUSIVA pessoas EXCLUÍDAS DE TODAS AS FORMAS E AS CAPACITA COMO AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO (Mt 11:1-6; Lc 7:22).


4. A VIDA COMUNITÁRIA como expressão suprema da ação diaconal!




  1. A questão da solidariedade para com as pessoas necessitadas motivou a ordenação dos primeiros diáconos em Jerusalém (Atos 6:1-6). O ministério para o qual estas 7 pessoas são escolhidas é “servir as mesas” (diaconia). A discussão se deu pela necessidade do serviço não discriminatório das viúvas de origem hebréia e de origem grega.

    O ministério diaconal se desenvolveu espontaneamente entre as mulheres como Febe (Rm 16:1). Mencionadas na Carta a Timóteo quando se regula o ministério diaconal (3:11) apesar de trocarem “as mulheres” por “as esposas”. Portanto, é o mais igualitários de todos os ministérios, não porque envolva serviço, no lugar de poder, mas porque envolver O PODER DE SERVIR.

    O apóstolo Paulo marcou boa parte do seu ministério pela ação solidária em favor das comunidades de Jerusalém (2 Coríntios 8-9). Onde elogia comunidades que, mesmo pobres, foram generosas (2 Cor 8:2); falando de “serviço” que “supre as necessidades” (8:4 e 9:12), isto é, “diaconias”.

    Na Primeira Carta de João a motivação é ainda mais radical! Lá se fala na “diaconia”, como maior expressão do Amor por Deus! (1 João 3:17), mesmo que use apenas a palavra “amor” e não “serviço”, algo semelhante ao dito pelo apóstolo Paulo em 1 Cor 13:3.


    5. Diaconia e Vida Eclesial na atualidade

    Kjell Nordstokke, afirma: “Não pode se imaginar uma práctica diaconal que não esteja enraizada na vivencia comunitária (...) essa ligação fundamental coma a vida comunitária implica em um questionamento radical da compreensão, bastante comum em nosso meio, que identifica a diaconia com projetos de desenvolvimento ou com instituições sociais sem uma mínima ligação com a comunidade local”.
    O mesmo autor aponta, por outro lado, para a importância das Instituições de Serviço mantidas pela Igreja, especialmente em projetos que exigem uma atuação mais ampla e que não podem ser inteiramente realizados pelas comunidades locais, exigindo um acompanhamento profissional especializado.
    (Teologia Prática no Contexto da América Latina. São Paulo/São Leopolodo: ASTE/Sinodal,1998; p. 277).
    Há Igrejas que tendem a canalizar sua ação diaconal através de entidades (ONGs, associações, fundações, etc.) com forte financiamento governamental ou através de projetos externos (cada vez menos), que funcionam de forma autônoma em relação à sua dinâmica eclesial e comunitária. Esta uma realidade que foi bem evidente na Diocese Anglicana do Uruguai. Por um lado isso, em um primeiro momento ofereceu um forte sustento institucional à Igreja, mas afastou, durante um bom período, a reflexão teológica e ação pastoral da ação diaconal e social.
    No Brasil essa não é nossa realidade, pelo contrário, deveríamos estudar mais e melhor como participar de projetos governamentais ou através de ONGs. Por outro lado, na medida em que isso venha acontecer devemos cuidar para manter uma ligação forte e clara com a vida eclesial.
    Outra questão, que muitas vezes passa por alto, é a importância da ação diaconal para ação político-pastoral da Igreja! Quando a Igreja é chamada a se manifestar em relação as grandes questões sociais, sobre políticas públicas, sobre realidade econômica, etc. Os projetos sociais deveriam ter um papel fundamental de assessoria aos Bispos/as Diocesanos/as e aos organismos provinciais, de forma de falar de uma realidade com a qual estamos, também, comprometidos/as como Igreja. Lembrem que dentro do ministério diaconal está o mandato de “traduzir para a Igreja as necessidades do mundo” (e este ministério não se limita apenas às pessoas ordenadas, mas a toda a ação diaconal da Igreja).

    6. Ação diaconal e Ação Ecumênica


    “A práxis diaconal tem sido um dos principais pilares do movimento ecumênico desde seus primórdios. Isso fica evidente no fato de que a igreja, em sua natureza, é ecumênica, um corpo cujos membros (igrejas locais) estão espalhados em todo o mundo habitado, e, ao mesmo tempo, é diaconal, no sentido de que os membros estão organicamente comprometidos com o cuidado mútuo”
    (Dr. Kjell Nordstokke. Diaconia . uma perspectiva ecumênica e global. Estudos Teológicos, v. 45, n. 1, p. 5-20, 2005, disponível em: http://www3.est.edu.br/publicacoes/estudos_teologicos/vol4501_2005/et2005-1a_knordstokke.pdf).

    Para o CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS: “O termo ‘diaconia’ se refere ao serviço como uma atividade permanente da igreja ao longo da história. A diaconia é essencial e fundamental para a vida na fé. É impossível imaginar a própria existência de uma comunhão de igrejas sem serviço compassivo e solidariedade para todos, com base no amor de Deus. Com o passar dos anos,o conceito de diaconia se expandiu, deixando de ser visto apenas como um serviço de compaixão para incluir o trabalho visando à mudança nas relações e estruturas sociais” (disponível em: http://wcc-coe.org/wcc/what/regional/index-e.html).

    A diaconia é essencialmente ecumênica. A ligação entre diaconia e ecumenismo é tão profunda que praticamente podemos dizer que quando esta relação não aparece o sentido da diaconia desaparece. Quanto mais Outro/a é a pessoa que servimos (lembrando da Parábola do Bom Samaritano – Lc 10:29-37) mais profundo é o sentido do serviço amoroso. Isso não quer dizer que não devamos “servir” as pessoas de nossa própria comunidade (cf. Gl 5:13). Mas, o diaconia nos leva sempre na descoberta da outra pessoa, da outra necessidade, da outra realidade, da outra possibilidade.

    7. DEZ PASSOS DO PROCESSO DIACONAL.


    1. Dialogar com AS PESSOAS, apresentando o PROJETO LIBERTADOR PARA TODOS (incluindo os próprios AGENTES).


  2. ECOAR AS REIVINDICAÇÕES DE LIBERTAÇÃO BUSCANDO AS CONDIÇÕES DE MÍNIMAS DE CONTRUÇÃO DE ALTERNATIVAS AO SISTEMA OPRESSOR.


  3. A CONSCIENTIZAÇÃO, ORAGANIZAÇÃO e PARTICIPAÇÃO DE TODAS AS PESSOAS ENVOLVIDAS NO PROJETO LIBERTADOR .


  4. CELEBRAR A VITÓRIA E CONTINUIDADE SUTENTÁEL DA CONSTRUÇÃO DO PROJETO DE FORMA AUTÔNOMA ENFRENTANDO JUNTOS/JUNTAS AS DIFICULDADES.


  5. RESGATAR DE FORMA INCLUSIVA PESSOAS EXCLUÍDAS DE TODAS AS FORMAS E AS CAPACITAR COMO AGENTES DE TRANSFORMAÇÃO.


  6. DESMARCARAR OS FALSOS VALORES DA SOCIEDADE DOMINANTE.


  7. SERMOS PESSOAS CO-CONSTRUTORAS/CO-CRIADORAS DA VIDA.


  8. O SERVIÇO AMOROSO CANALIZANDO SABERES ESPECIALIZADOS E DONS, EM COMUNIDADE, COMO INSTRUMENTOS DE DEUS NA TRANSFORMAÇÃO DAS ESTRUTURAS INJUSTAS DA SOCIEADE E A DEFESA DA INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO.


  9. A AÇÃO ECUMÊNICA E INTERRELIGIOSA BUSANDO UNIR FORÇÃS EM PROL DA JUSTIÇA, DA PAZ E DA INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO A PARTIR DAS NECESSIDADES DAS PESSOAS E DA URGÊNCIA DA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEADADE.


  10. GERAR VIDA DIANTE DO CAOS NÃO-VIDA, PROMOVENDO O QUE É BOM, JUSTO E AGRADÁVEL A DEUS!

PALESTRA "O SONHO NA PSICANÁLISE" - ABERTA AO PÚBLICO


Dentro da programação da JORNADA PSICOANALÍTICA: SONHO NA PSICANÁLISE, que terá lugar no SETEK/Sede Provincial da IEAB (locado pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil; SPOB-POLO-RS). Estão sendo oferecidadas com ENTRADA FRANCA, para todas as pessoas interessadas, as seguintes palestras:

DIA 05 DE NOVEMBRO DE 2010

18h30min - NEUROFISILOGIA DOS SONHOS.

Palestrante: Dr. Jorge Cúria Filho.


20h30min - INTRODUÇÃO DOS SONHOS NA PISCANÁLISE.

Palestrante: Dr. Castilho S. Sanhudo.


Término 22h.


Por mais informações sobre o curso completo ligar para: 51.30247559 e 84497408 (Dr. Castilho).

ou 33743575 e 98244994 (Dra. Rita).
Nosso endereço: Av. Ludolfo Bohel, 276 - Teresópolis - Porto Alegre RS
Fone do SETEK: 51.33186122 - MATRÍCULAS ABERTAS PARA OS CURSOS 2011.

29 outubro 2010

Estrutura Currícular do Curso Presencial do SETEK (com Integralização Simultânea)





MATRÍCULAS PARA O CURSO À DISTÂNCIA NO NOVO FORMATO DE 8 SEMESTRES

CURSO À DISTÂNCIA

Em 8 semestres, com cinco disciplinas por semestre, o/a estudante recebe o material por correspondência. Três disciplinas são realizadas em forma EXTENSIVA (realizando tarefas mensais, com prova final e trabalho final) e duas de forma INTENSIVA (realizando apenas a prova final - com duas oportunidades se necessário).

· POR ENQUANTO ESTE CURSO NÃO OFERECE ACESSO À INTEGRALIZAÇÃO.

MATRÍCULA EM UMA DISCIPLINA SEMESTRAL: R$ 80 (matrícula e primeira mensalidade) e mais cinco vezes de R$44 (totalizando R$ 300 por semestre).
MATRÍCULA EM DUAS DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) e mais cinco vezes de R$88 (totalizando R$ 520 por semestre).
MATRÍCULA EM TRÊS DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) e mais cinco vezes de R$ 132 (totalizando R$ 740 por semestre).
MATRÍCULA EM QUATRO DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) mais cinco vezes de R$ 176 (totalizando R$ 960 por semestre).
MATRÍCULA EM CINCO DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) mais cinco de R$ 220 (totalizando R$ 1180 por semestre).
FORMULÁRIO DE PRÉ-MATRÍCULA PARA O CURSO PRESENCIAL (DIURNO/NOTURNO)
Grade Curricular dos primeiros dois Semestres do Curso Presencial
  • Introdução à Bíblia
  • Introdução à Psicologia
  • História de Israel
  • História da Igreja
  • Introdução à Psicologia
  • Teologia Sistemática I
  • Música Sacra
Nome completo:.........................................................
Data de Nascimento:....................
Ano de conclusão do Ensino Medio.......................
Curso Diurno - das 7.45-12.00hs ( ) Curso Noturno - das 19-22hs ( )
Disciplinas nas que deseja se matricular:
......................................................................................
......................................................................................
Todas ( )
(O CURSO NOTURNO SÓ ACONTECERÁ SE TIVER 6 OU MAIS PESSOAS INSCRITAS EM PELO MENOS 3 DISCIPLINAS - PODE SE INSCREVER EM AMBOS, POIS NO CASO QUE NÃO ACONTEÇA O CURSO NOTURNO, FICARÁ INSCRITO/A NO DIURNO)
SOLICITAÇÃO DE BOLSA
Vai solicitar bolsa: Sim ( ) Não ( )
Caso venha solicitar bolsa - Qual é a sua comunidade/Diocese de Referência na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil?
...............................................................................................................
  • SÓ É OFERECIDA HOSPEDAGEM PARA ESTUDANTES QUE SEJAM POSTULANTES ÀS SAGRADAS ÓRDENS COM A DEVIDA APROVAÇÃO E ENCAMINHAMENTO PELA COMISSÃO DE MINISTÉRIO E BISPO DIOCESANO.
CONTATO PELO TELEFONE:
55.51.33186122
OU PELO E-MAIL setek@terra.com.br

28 outubro 2010

NOVAS MATRÍCULAS PARA O CURSOS EM 2011

O SEMINÁRIO TEOLÓGIO DOM EGMONT MACHADO KRISCHKE realizou em 2010 uma reforma curricular e acadêmica oferecendo diversas vantagens a partir de 2011.
CURSO PRESENCIAL DE TEOLOGIA
Estão abertas as matrículas para o curso com duração de 8 semestres e INTEGRALIZAÇÃO SIMULTÂNEA SEM CUSTO ADICIONAL, em convênio com a ESCOLA SUPERIOR DE TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA (ESTEF).
NO CURSO DIURNO - das 7hs e 45 min. até as 12 hs, o investimento integral é
de R$ 308 por mês, com possibilidade de bolsa para membros da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil de até 85% (após preenchimento de formulário , sujeito a aprovação pelo Conselho Diretor do SETEK).
NOVO CURSO NOTURNO - das 19hs às 22hs, com o mesmo custo integral e com possibilidade de bolsa de até 60% para membros da IEAB.
ESTE CURSO SÓ ACONTECERÁ SE TIVER NO MÍNIMO 6 (SEIS) PESSOAS INSCRITAS em, pelo menos, 3 disciplinas cada uma.
EM AMBOS CASOS PODE SE INSCREVER PARA UMA OU MAIS DISCIPLINAS, NO ENTANTO, A PRIORIDADE DE BOLSA SERÁ DADA PARA PESSOAS QUE CURSEM INTEGRALMENTE!
(AS MATRÍCULAS ESTÃS ABERTAS A PARTIR DO DIA 04 DE NOVEMBRO DE 2010 NA SECRETARIA).
CURSO À DISTÂNCIA
Em 8 semestres, com cinco disciplinas por semestre, o/a estudante recebe o material por correspondência. Três disciplinas são realizadas em forma EXTENSIVA (realizando tarefas mensais, com prova final e trabalho final) e duas de forma INTENSIVA (realizando apenas a prova final - com duas oportunidades se necessário).
POR ENQUANTO ESTE CURSO NÃO OFERECE ACESSO À INTEGRALIZAÇÃO.
O investimento, para este curso é:
MATRÍCULA EM UMA DISCIPLINA SEMESTRAL: R$ 80 (matrícula e primeira mensalidade) e mais cinco vezes de R$44 (totalizando R$ 300 por semestre).
MATRÍCULA EM DUAS DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) e mais cinco vezes de R$88 (totalizando R$ 520 por semestre).
MATRÍCULA EM TRÊS DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) e mais cinco vezes de R$ 132 (totalizando R$ 740 por semestre).
MATRÍCULA EM QUATRO DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) mais cinco vezes de R$ 176 (totalizando R$ 960 por semestre).
MATRÍCULA EM CINCO DISCIPLINAS: R$ 80 (primeira mensalidade e matrícula) mais cinco de R$ 220 (totalizando R$ 1180 por semestre).
PROCURE INFORMAÇÕES SOBRE OS CURSOS DE
IMERSÃO NO ANGLICANISMO (na forma presencial ou à distância - com as mesmas condições que os outros).
APROFUNDAMENTO DE ESTUDOS EM DIVERSAS ÁREAS nas formas presencial ou à distância.

21 setembro 2010

CLERO DA DIOCESE MERIDIONAL É ACOLHIDO NA CAPELA DA RECONCILIAÇÃO


Na Quinta Feira 16 de Setembro, no mesmo dia em que abriamos nossa Semana Acadêmica, aconteceu na Sede Provincial, a reunião do CLERICUS da Diocese Meridional. Convidados pelo Reitor do SETEK, com celebração presidida por Dom Orlando, celebrou-se a Santa Eucaristia na Capela da Reconciliação do SETEK. Além do Clero alguns convidados participaram, como a Revda. Diácona Lidia (juridicionada no Distrito Missionário Anglicano) e o Revdo. Julio (da Igreja Reina de Tubarão SC). Destacamos a presença do Bispo Emérito, Dom Clovis, que atualmente reside em Porto Alegre.

Na ocasião o Reitor, Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves, lembrou que o SETEK oferece as suas instalações para todas a Dioceses e Paróquias que desejem chegar ali para orar, para refletir ou celebrar: "queremos que nossa capela seja também um espaço de missão e evangelização para todas as pessoas"; afirmou ele.

UMA IGREJA QUE FICA NA PERIFERIA, NÃO APENAS ENTRA E SAI!


A irmã Margarete do Centro de Espiritualidade Arturo Paoli, falou de uma caminhada de engajamento missionário e transformador que partia do princípio de viver a vida da população da periferia e não apenas ir, entrar e sair. Mostrou como isso pode ser feito em diferentes frentes que emergem da vida das populações de periferia, das mulheres vítimas de violencia, de crianças em situação de abrigamento, de creches comunitárias, movimentos das juventudes, participação social e política por direitos, etc. A Bíblia oferece uma forte orientação para o trabalho realizado neste Centro, mas lida com o povo, no meio da vida das pessoas da forma mais amplamente ecumênica. As liturgias não estão preocupadas com "prédeterminações", mas abertas à vida, através de pessoas engajadas e comprometidas que vivem o que vivem as pessoas da periferia, renunciando a ter propriedades ou capital, mas acreditando na partilha solidária. Estas opções geram grandes descobertas e conflitos, algumas pessoas desistem, mas têm mostrado que é possível viver os princípios evangélicos (assim como o fizeram São Francisco de Assis e Charles Foucauld).

A EXPERIÊNCIA DO ESTANCAMENTO DA REVOLUÇÃO CUBANA E O MOVIMENTO "CANÇÃO NOVA" COMO DESAFIOS PARA UMA ECLESIOLOGIA E MISSIOLOGIA URBANA


Na Sexta-Feira dia 17 houveram dois momentos. Uma reunião pela manhã quando tratamos dos encaminhamentos para o Congresso Teológico a ser realizado na cidade de Passo Fundo (no Instuto de Teologia e Pastoral - ITEPA) nos dias 9 a 11 de Maio de 2011 e à tarde uma palestra dirigida pela Dra. Nívia Ivette de la Paz (Teóloga Anglicana atualmente trabalhando no CECA).

No processo de preparação do Congresso Teológico irão nos representar (na próxima reunião do dia 08 de Novembro) o Prof. Jones Talai Mendes (pelo corpo docente) e a Sem. Tatiane Vidal dos Reis (pelo corpo discente). Observamos que haverá espaço para mesas de comunicação e oficinas, pelo que o SETEK abrirá espaço para quem queira apresentar sua pesquisa nesta área.

A Dra. Nívia (que nasceu e fez sua formação inicial em Cuba) apresentou uma avaliação do processo revolucionário cubano e como, apesar das suas motivações libertárias, acabou ficando "anquilozada", isto é, "estancada", porque não promoveu a participação e a inclusão de novas linguagens e símbolos, especialmente no que se refere as questões de gênero, entre outras. Por outro lado, apresentou o resultado da sua pesquisa de campo realizada no Movimento Católico Romano de "Canção Nova" perguntando se seria uma nova igreja ou um novo jeito de ser igreja. Ela, que apresentou estas pesquisas no seu mestrado e doutorado, chegou a conclusão que há muitas semelhanças entre o processo revolucionário cubano e a práticas das Igrejas Históricas que ficaram presas a definições do passado sem a capacidade de dialogar com o novo e com a diversidade. Por outro lado, o Movimento Canção Nova, contra o qual ela admitia carregar preconceitos, mostrou-se dinâmico o suficiente para responder aos desafios da sociedade urbana pós-moderna.

Ela encontrou três eixos que possibilitam esta adequação: 1. A Identidade (fazendo com as pessoas se identifiquem sempre e em toda parte como o movimento); 2. Família (fazendo com o movimento sirva de amparo ou de alternativa para a vida afetiva, emocional e relacional das pessoas em todas a diversas formas de vida familial atual); 3. A Comunidade (no sentido de permitir organizações eclesias ou comunitárias diversas que, mesmo tendo a mesma identidade e fazendo parte da mesma família, possuem características completamente diferentes).

A provocação da Dra. Nívia pegou em cheio nossa sensibilidade eclesial e nossa consciência eclesiástica motivando uma ampla discussão sobre os aspectos mais "tradicionais" e mais "alternativos" que existem dentro do anglicanismo e do catolicismo romano (também representado pelo Diretor e Coordenador da ESTEF - Frei Aldir e Frei Vanildo) além de estudantes. Certamente um assunto que gostaríamos de ampliar e aprofundar!

CONHECENDO A DINÂMICA URBANA


Na Quinta-Feira dia 16 de Setembro de 2010, a Semana Acadêmica do SETEK (Fazer e pensar teológico no meio urbano) foi aberta com a palestra do Sr. Sergio Baierle da ONG-CIDADE. Ele trabalham há decadas com esta temática, inseridos em diversas realidades de Porto Alegre e Região Metropolitana. O palestrante nos mostros diferentes definições do que é "cidade" através da percepção de pensadores antigos e contemporâneos. Mostrou que as cidade se desenvolvem como "exo-esqueletos" (como os moluscos) do centro para fora, deixando a parte mais densa e dura no seu centro. Mostrou o processo que leva da cidade antiga (cidade do príncipe), para a cidade moderna (do artesanato e do comércio coletivo) até a cidade contemporânea (onde cada vez mais prevalece a política da imunização, isto é, do isolamento dos "outros" como forma de evitar perigos). A política imunizatória tende também a expulsar os grupos mais pobres para as periferias e vê-los como ameaça ao meio ambiente e a qualidade de vida dos setores mais abastados. Por outro lado vemos que isso não é verdade em absoluto. Houve um bom debate sobre os efeitos dos projetos para o Mundial de Futebol em 2014 (como promessas que tendem a beneficiar apenas os empreendimentos comerciais) e a luta pelos direitos de milhares de famílias desplazadas. Outra estrátegia e oferecer títulos de regularização da propriedade que leva a que os pobres vendam seus terrenos (visando o lucro imediato) e sejam novamente levados a viver em precárias áreas de ocupação. Fortalecer a verdadeira democracia solidária e participativa é um caminho de esperança neste meio, as igrejas podem participar disto e contribuir a partir do pensamento teológico para a motivação e a esperança das pessoas marginalizadas e excluidas do processo urgano, inclusive na luta e no resgate da luta pela Reforma Urbana.

15 setembro 2010

Mundo Urbano - Subsídio

















JUVENTUDES E MUNDO URBANO: UMA ABORDAGEM BÍBLICA

1. Algumas perspectivas de urbanidade e juventude a partir da experiência Bíblica do Primeiro Testamento

“Cidade” em hebraico ‘yir e em grego polis é um fenômeno humano complexo e extremamente contraditório desde suas mais remotas origens. Na Bíblia a cidade é originariamente mal vista, foram construídos diversos mitos e guardaram-se testemunhos anti-cidade. Podemos mencionar Gn 11.1-9, onde encontramos o texto conhecido como “A Torre de Babel”, mas que, se lermos com atenção, se refere à “Cidade e a Torre”: “edifiquemos para nós uma cidade e uma torre (...) e conseguiremos para nós fama” (11.4). A cidade é um fenômeno político-religioso antes do que cultural. A política da cidade é a política da concentração do poder, como diz o mesmo texto um pouco mais adiante: “para que não sejamos espalhados sobre a face da terra” (11.4b). A origem das cidades é descrita, antes em Gênesis, como “invento” dos descendentes de Caim (Ferro) em Gn 4.17. O mesmo acontece com as narrativas míticas de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Estas “cidades” foram chamadas de “cidades-estado”, onde todos os poderes de dominação se concentravam, se fortaleciam mutuamente e defendiam de inimigos externos e internos. Durante a “Tomada da Terra” (narrada teologicamente no livro de Josué e um pouco mais testemunhalmente em Juízes) se dá uma luta anti-cidade e anti-monárquica. Lutar contra o poder opressor era lutar contra as cidades e não era possível conceber um poder libertador com “cidades” como eixo de desenvolvimento (Js 2 – mesmo que resulte interessante que o texto fale sempre de ‘terra’ e nunca diga diretamente ‘cidade’, apesar de descrever constantemente suas portas e muralhas; cf. Js 24.13).
Quando surge a Monarquia em Israel a Cidade assume um papel importante, obviamente porque sem cidade não poderia existir monarquia! Logo a Cidade de Jerusalém (conquistada para ser centro político e religioso) assume o papel de “Cidade Santa”, ganhando o Templo e forçando a religião popular a uma centralização sempre conflitiva e parcial. Sucessivas tentativas como as de Ezequias e Josias (relatadas no 2º Livro dos Reis) e finalmente na reforma de Esdras e Neemias (sob a tutela do Império Persa) que tem reações diversas em Rute, Jonas, Jó e Cântico dos Cânticos.
No entanto, mais adiante surgiu a teologia da CIDADE UTÓPICA. Isto é, a possibilidade de haver uma CIDADE onde que, no lugar de concentrar o poder opressor em todas suas formas, se desenvolve a vontade de Deus e a felicidade do povo! Não podemos saber com claridade quando isso começa, no entanto, sabemos que no exílio e pós-exílio ganhou sua maior força. O Exílio Babilônico foi vivenciado por famílias urbanas, isto é, da elite citadina de Jerusalém (2 Rs 24.12-17). Ezequiel é o profeta que reflete a teologia exílica desta geração. Ele teve a difícil tarefa de explicar porque a “Cidade Santa” e seu templo tido como “Casa de Deus” foram destruídos por outro povo guiado por outras divindades (Ez 21). Seria este o fim da “Cidade Santa”? Ezequiel profetiza a reconstrução divina do templo como eixo essencial da cidade, como farol de um novo tempo de justiça. Para isso primeiro o povo precisa ser recriado a partir do rastro da morte que deixa ossos secos (Ez 37) e então, a o Templo se ergue como eixo da cidade e dos campos que a rodeiam, tudo em perfeita harmonia, como referência para as 12 tribos de um Israel recriado. O nome desta cidade seria “Javé está ali ”! (Ez 48.35).
Esta visão representa uma virada teológica importante para a fé de Israel. Das cinzas da cidade arruinada, da cidadania cativa e deprimida – ao ponto de sentir-se como morta -, surge uma possibilidade impensada: uma cidade que concentre e dissemine a vontade do próprio Deus! Mas esta visão não veio de um jovem... Pelo contrário surge de um profeta muito “doido”, altamente criativo, ex-sacerdote e viúvo, que não viveu para ver o final do cativeiro.
A juventude entra alguns anos depois, aproximadamente 20 anos após a morte de Ezequiel, quando se vislumbrava a possibilidade de uma reviravolta política com a ascensão do Império Persa e a figura de Ciro, que este grupo de jovens, em sua maioria nascidos no cativeiro , vê como um “messias”, isto é, um libertador ungido por Deus para realizar o sonho da volta à terra dos seus antepassados e da reconstrução do povo de Israel a partir da cidade em si, não só do templo (Is 45.1-3,13)! Claro que, como bem nos advertem José Possatto e Bárbara Lucas, o conceito de “juventude” é estranho aos tempos bíblicos, onde se passava da infância à vida adulta; é possível abstrair esta questão quando se fala em “novas gerações”, independente de um conceito de idade . Pois quem formula Deutero e Trito Isaias é uma “nova geração”, isto é, uma geração jovem!
Esta juventude consegue ver na cidade a base para uma nova vida onde todos os males do passado virão a ser superados! Esta cidade é uma mãe que dá a luz uma nova civilização! (Is 54.1-17). Uma belíssima imagem da “cidade-mãe” uma “metro-polis” ou metrópole. Esta nova visão da cidade não suga e acumula, mas gera bem-estar e inclui todos os povos (Is 40.9; 44.26; 54.3). No entanto, este era apenas um “grupo de jovens” querendo envolver outros “jovens” no projeto de uma nova civilização da metrópole da justiça e da paz . Em Deutero-Isaias fazem isso com certa “urgência panfletária”, evidente na própria estrutura literária do livro, com a motivação da avalanche persa caindo encima do império opressor (mesmo que se trate de outro império).
A utopia ganha sua forma poética e artística mais bela no admirável mosaico de Trito-Isaias, então sim, temos uma formulação utópico-escatológica completa (vide Estudos Bíblicos 93). Certamente trata-se do mesmo grupo de jovens de Deutero-Isaias, agora com um horizonte aberto à sua frente, mesmo que a realidade fosse dura, com miséria, desigualdade, indiferença e com pouco ou nenhum apoio externo. Agora o desafio é montar um projeto de civilização capaz de superar as mazelas que levaram, nas gerações anteriores, ao desastre total e à morte.
De novo a cidade é feminina, é mãe, Deus também se apresenta como figura feminina e se funde com a cidade! Em Is 66.10-22 temos uma magnífica demonstração dessa teologia feminina que envolve a divindade, a cidade e o povo em um manto único. A cidade assume sua maternidade inspirada na maternidade divina, acolhe, protege e ajuda no crescimento das suas filhas e filhos!
Portanto, mesmo com ajuda de pessoas não tão “jovens” do ponto de vista “etário” como Ezequiel, a cidade utópica, cidade-mãe ou metrópole dos sonhos, vem da mão de jovens e de uma teologia feminina. Sem juventude e sem o resgate do feminino não teria sido possível visualizar tal coisa. São jovens filhas e filhos de cidadãos cativos, exilados, prisioneiros em outras cidades longe da sua, que aprenderam a sonhar com a re-fundação do sentido político e teológico da urbanidade, mas que não ficaram aí, foram além, ampliaram os sonhos e os transformaram em projeto!
Esta mudança na ótica da cidade eliminou o sentido anti-citadino original? Podemos dizer que não totalmente. Passou a se entender a urbanidade como “cidades opressoras” contra “cidade santa, utópica, mãe”. Então, podemos dizer que houve uma alternativa urbana para urbanidade opressora, e não apenas a alternativa de voltar ao deserto, como afirmava Oséias (2.14) ou transformar a cidade em uma horta como anunciava Miquéias (3.1).

2. Alternativas urbanas na experiência do Segundo Testamento

No contexto greco-romano a cidade havia adquirido, mais do que nunca antes na história da humanidade, um sentido comercial e, portanto, se expandido além das muralhas (sentido militar original). As grandes cidades do mundo greco-romano estão vinculadas a portos mediterrâneos por onde circulava toda a riqueza do império. Algumas outras eram postos de comércio terrestre como Palmira e Damasco, entre outras. Segundo indica Roberto Zwetsch, citando, Nélio Schneider, o Evangelho de Jesus se expande desde os pequenos povoados até Jerusalém, de Jerusalém, através das rotas comerciais ao todo o mundo greco-romano .
Neste processo temos também a teologia anti-cidade e teologia da cidade utópica. Jesus rejeitou Jerusalém e seu templo como centro de fé. O registro dramático das suas lágrimas sobre Jerusalém carrega a acusação profética de cidade assassina (Mt 23.37-39; com paralelo em Lucas 13.34). No entanto, também aqui é tratada como uma mãe. Deus se apresenta como uma galinha ajuntando seus pintinhos debaixo das assas, isto é, uma dupla figura feminina, tanto para a cidade quanto para Deus. Jesus manda seus discípulos e discípulas para uma missão urbana, onde deviam levar a mensagem da Paz, com a metodologia de casa em casa, curando e libertando pessoas de suas aflições. Ficando, no entanto, caso a proposta de paz fosse rejeitada, um julgamento que remete a teologia anti-cidade do livro de Gênesis (Mt 10.11-15).
A cidade utópica aparece com força no livro de Apocalipse. Aqui de novo temos elementos comuns ao seu surgimento no Primeiro Testamento. A cidade nasce no contexto de uma duríssima perseguição perpetrada por um império e sua cidade capital (Roma). Jerusalém encontra-se novamente destruída, assim como o templo (o que aconteceu mais de 20 anos antes). A fé cristã já se espalhou por boa parte das cidades do império e o imaginário urbano está bem presente, especialmente entre aquelas sete comunidades da Ásia Menor para as que o texto é dirigido (cf. Ap 2-3). A primeira geração tinha sido assassinada e uma nova geração encontra na Jerusalém utópica a expressão de uma alternativa urbana como expressão da plenitude da realização da vontade de Deus (Ap 21.10-27). Ela é o projeto oposto das cidades assassinas do império que promoviam todo tipo de exploração, engano, injustiça e maldade. Nela reina Jesus e todas as pessoas que lutando pelos princípios da justiça tornaram-se vítimas da repressão! (Ap 22.14-15).
Será que só podemos sonhar com uma cidade alternativa quando as outras referências foram totalmente destruídas? De certa forma parece que sim. Por isso parece adequado falar em termos de re-fundação, mais do que re-construção. Quando ainda sobra algo da cidade opressora e seu sistema é que se pensa em reconstrução, mas esse caminho nos leva de volta à mesma cidade, ao mesmo templo, ao mesmo sistema. Quando nada sobrou parece que se ganha a liberdade de re-fundar e aí o projeto de Deus pode ser considerado como a pedra que os construtores rejeitaram e que se torna novo alicerce (Mt 21.42; At 4.11).
Na re-fundação e não na reconstrução a juventude tem um papel importantíssimo no processo. Claro que devemos sempre ter claro que juventude é um estado transitório do ponto de vista etário, mas um ganho permanente para quem teve a oportunidade de participar de re-fundações neste período da sua vida . Por outro lado, a juventude é contagiante e se multiplica em todas as pessoas e em todas as etapas da vida!

3. A experiência urbana no Brasil e no mundo

No Brasil houve uma inversão porcentual, levando a mais de 80% de pessoas morando em cidades e apenas 20% no meio rural, quando nas origens do Brasil a proporção era inversa. Essa concentração produz vários efeitos negativos bem visíveis:

• Surgimento de grandes concentrações populacionais nas periferias, e fora delas, onde há péssimas condições de vida e grandes índices de violência.

• Isolamento das elites em condomínios e outras estruturas sociais semelhantes aumentando os conflitos políticos, econômicos e culturais entre as classes.

• Poluição e destruição do meio ambiente tanto por empreendimentos dos setores abastados e concentradores de riqueza, quanto pelo descontrole da ocupação por migrações de pessoas externas (êxodo rural) ou internas (grupos empobrecidos da própria cidade empurrados por empreendimentos ou obras urbanas).

• Propensão a grandes catástrofes por questões ligadas fenômenos “naturais”, epidemias, etc; devido à grande concentração populacional com pouca estrutura preventiva e baixa qualidade de vida.

• Disseminação de culturas violentas e de intolerância ligadas à expressões culturais, esportivas ou políticas, que levam ao enfrentamento e morte principalmente de pessoas jovens.

No entanto, a juventude está profundamente ligada ao mundo urbano, em primeiro lugar porque a maior parte das pessoas jovens mora neste meio. O meio urbano é também, hoje mais do que nunca, um caldeirão cultural onde a juventude se alimenta de diversas referências. Não há como apresentar, portanto, uma alternativa não-urbana para o desenvolvimento urbano atual. Não é possível apenas opor “campo x cidade”. Boa parte da juventude rural já está culturalmente urbanizada via TV e WEB.
Não podemos pretender que “todas as juventudes” sejam portadoras de uma utopia urbana, mas devemos sim lhes dar a chance de sonhar e transformar os sonhos em projeto. Há, como no exílio, certa urgência, pois as cidades representam o cruzamento entre vida e morte para a humanidade. Não haverá uma salvação para a vida que não passe por uma nova urbanidade e cabe a nós, junto com as juventudes de fé, encontrar o caminho divino, feminino, gerador e re-fundador de um projeto de urbanidade. O caminho de volta está aberto, vamos percorrê-lo junto, “uma nova cidade é possível”!



Revdo. Dr. Humberto Maiztegui Gonçalves (humbertox@uol.com.br)

SEMANA DE REFLEXÃO TEOLÓGICA - 2010

SEMANA ACADÊMICA
PROGRAMA
PENSAR E FAZER TEOLÓGICO NO MUNDO URBANO

Data: 16, 17 e 18 de Setembro de 2010.

Objetivo Geral:
Ampliar o entendimento do pensar e fazer teológico e pastoral no meio urbano considerando que esta realidade está em amplo crescimento e permanente mutação como desafio para a missão de Deus no mundo;

Objetivo Específico:
Preparar o corpo docente, discente e demais pessoas interessadas para a participação no Congresso de Teologia em Abril de 2011.
Público Alvo:
Corpo docente e discente do SETEK, Clero Anglicano e de outras igrejas, estudantes das instituições teológicas envolvidas no Congresso de Teologia, lideranças religiosas diversas e pessoas de comunidades eclesiais anglicanas e de outras denominações.

1º Dia – Quinta 16
19:00-21hs – O que é o mundo urbano/A violência no mundo urbano . Assessoria de Sergio Baierle (ONG Cidade)

Moderador: Profa. Vera L. Simões de Oliveira
(Coordenadora Acadêmica do SETEK).

2º Dia – Sexta 17
9:00 – 11hs - Partilha sobre a preparação do Congresso de Teologia que acontecerá em Abril de 2011 (Prof.Ms. Jones Talai Mendes)

19:00-21hs Um olhar teológico sobre o mundo urbano Painel
Assessoria: Nívia Ivette de la Paz (CECA).
Moderador:Revdo. Humberto Maiztegui Gonçalves (Biblista e Reitor do SETEK) 3º Dia – Sábado 18

9:00 – 11hs Como construir a Paz no mundo urbano? Desafio eclesial!
Assessoria: Centro de Espiritualidade Arturo Paoli (CEPA)

Moderador: Prof. Ms. Jones Talai Mendes (Filósofo e Teólogo, professor de História do Pensamento Cristão e Teologia Sistemática).

09 setembro 2010

Retomando a Comunicação com um Novo Projeto


O Seminário Teológico conta desde Maio de 2011 com um novo Reitor, o Revdo. Dr. Humberto Maiztegui Gonçalves. Junto com a equipe formada pela Coordenadora Acadêmica, Profa. Vera Lúcia Simões de Oliveira e a Secretária Karina Coelho Grillo, trabalhamos para elaborar um novo projeto para o SETEK visando o triênio 2011-2013. Dentro deste esforço foi elaborado um organograma na Reunião da Área Provincial 1 (Diocese Meridional, Diocese Sul-Ocidental e Diocese Anglicana de Pelotas) onde se visualiza a integração do SETEK, tanto no projeto de formação dos Centros Diocesanos, quanto nos projetos provinciais da IEAB. Estamos trabalhando em uma reforma curricular inspirada nas exigências acadêmicas atuais do ensino teológico, que contemple o perfil de egressado desejado por nossa Igreja, mas que, também, nos permita o reconhecimento dos estudos dentro das normas nacionais do ensino superior. Estamos, também, aprimorando a capacidade de hospedagem para nossas atividades (Semanas de Reflexão e Curso de Verão) e atividades provinciais que precissem das instalações do SETEK. Estamos retomando o blog onde divulgaremos trabalhos acadêmicos e de pesquisa e receberemos de um projeto nacional junto a CETALC (Comissão de Educação Teológica para América Latina e Caribe) um equipamente de video conferência para aprimorar o ensino à distância e divulgar palestras e outras atividades.
Visitem nosso blog e que Deus em Cristo abençoe a todos e todas!