24 agosto 2008

24 de Agosto de 2008 • Trindade XIV

Leituras
Profecia de Isaías 22.19-23
Salmo 138
Carta aos Romanos 11.33-36
São Mateus 16.13-20



Intercessão



“A Igreja é chamada como comunidade que fala ao mundo em nome de Deus e que fala à Deus a partir da escuridão e frustração do mundo. O que se chama – intercessão de Jesus - é Sua presença incessante junto ao Pai. Ele permanece com o Pai, não como alguém implorando para que o Pai seja bondoso... já que do Pai a graça sempre flui.
Aproximar-se do Pai através de Jesus Cristo, o Intercessor, é buscá-lo com a consciência do custo de nossa redenção pelo sacrifício feito de uma vez por todas – e por uma vitória conquistada de uma só vez – sacrifício e vitória - são ambos história passada e realidades sempre presentes. É isso que ao mesmo tempo capacita e caracteriza nossa resposta a Deus por Jesus Cristo.
Interceder é ter os outros no coração, buscando a presença de Deus. Nossos próprios anseios têm também seu lugar. Está claro pelo ensino de Jesus, que Deus quer que a Ele digamos nossas súplicas.
Quando, no entanto, nós o fazemos – em nome de Jesus – aprendemos a submeter
nossas vontades ao discernimento do querer divino. A intercessão assim não se torna um bombardeio a Deus, com multidão de pedidos... mas um ofertório das nossas súplicas ao caminho da compaixão mesma de Deus.”


Silêncio

“O silêncio permite que nos conscientizemos da presença de Deus, deixando que a mente e a imaginação repousem sobre a Sua vontade, que a oração seja ouvida mesmo antes de ser falada, revelando nosso próprio eu de uma forma que nem sempre é possível quando nos comportamos ruidosamente ou somos envolvidos pelo barulho. Por vozes ocorre o silêncio interior, no qual a alma se descobre em uma nova dimensão de energia e paz, uma dimensão que a vida inquieta não conhece.
Um mundo assustador em seus ruídos e em sua velocidade é um mundo onde só o silêncio pode reforçar a verdadeira liberdade.
O tempo de silêncio permite ao cristão partilhar mais profundamente na adoração sacramental da Igreja. À prática cristã do silêncio, nos abre a maravilha de Deus o Criador, a memória da vida, morte e ressurreição de Jesus, a recordação de cenas da Sua vida, passagens da Escritura, glórias da natureza em que o dedo de Deus está presente, bem como a gratidão pelas bênçãos pessoais ou por palavras dos poetas... que cantam o encanto e a beleza.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman e Todd, Londres 1988