23 março 2008

Festa da Ressurreição do Senhor

Páscoa

“... ainda não tinham compreendido que, conforme a Escritura, ele devia ressuscitar dos mortos.”

São João 20.1-10

Jesus fora ressuscitado, erguido a uma vida nova e um a modo glorioso de ser. A Encarnação bem como a missão inteira de Jesus não é somente espiritual. É começo da re-criação do mundo por Ele feito. Essa era a fé da igreja apostólica.
Não poderia haver demora no túmulo. A Ressurreição inaugura uma nova ordem. Maria Madalena não se pode prender ao momento, ela deve sair e contar aos discípulos que Jesus está a caminho para a subida ao céu.
Os discípulos, alegrando-se na presença de Jesus ao entardecer da Páscoa, são enviados em missão ao mundo, como Jesus mesmo o fora, enviado pelo Pai.
É assim que todos, devemos olhar para frente.

Arcebispo Michael Ramsey
Daily Readings with Michael Ramsey

Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman, and Todd. Londres, 1988




“A alegria da Ressurreição é algo que nós também devemos aprender a experimentar, mas só a podemos experimentar se primeiro aprendemos a tragédia da Cruz. Para ressuscitar precisamos morrer. Morrer para nosso egoísmo arrogante, morrer para nossos temores, morrer para tudo o que faça o mundo tão estreito, tão frio, tão pobre, tão cruel. Precisamos morrer para que nossas almas possam viver, possam regozijar-se e descobrir a fonte da vida. Sendo assim, então a Ressurreição de Cristo descerá também à nós. Mas sem a morte na Cruz, não há Ressurreição, a Ressurreição que é alegria, alegria de vida redescoberta, a alegria pela vida que ninguém nos pode tirar, jamais! É alegria pela vida super abundante, alegria que como um riacho corre e desce as montanhas, carregando consigo mesma o próprio céu refletindo em suas águas cheias de vida. A Ressurreição de Cristo é realidade na história tanto quanto sua morte na Cruz, e é porque pertence à história que nelas cremos. Não é só com nossos corações mas com a totalidade de nossa experiência que conhecemos ao Cristo ressurreto. Nós podemos conhece-lo dia após dia, como os apóstolos também o conheceram. Não o Cristo da carne, nem o Cristo visto na solidão pelas pessoas que o cercavam nos dias da sua vida terrena, mas o Cristo vivo, sempre presente. O Cristo do espírito, de quem São Paulo fala, o Cristo Ressurreto que pertence ao tempo e à eternidade, porque Ele morreu uma vez sobre a Cruz mas vive para sempre.”

Arcebispo Anthony Bloom
Meditations on a Theme
A. R. Mowbray, 1972