17 maio 2008

17/05 • Domingo da Santíssima Trindade

Leituras
Gênesis 1.1-2.4a
II Carta aos Coríntios 13.11-13
Evangelho de São Mateus 28.16-20

O Reino de Deus

“Jesus anunciou o Reino de Deus como o Seu propósito realizado no espectro todo da existência humana, física e espiritual. Contemplando a visão inteira do Reino de Deus, compreendemos que na mente de Jesus a mente física de um ser humano, embora tão importante, não é um fim em si mesma; é só uma porção da vida humana que existe para fazer a vontade de Deus e refletir sua retidão e seu amor.
Aí vemos Jesus, na continuação da história, como que retirando-se de seu trabalho de cura, mesmo sendo tão próximo de seu coração, passando a concentrar-se no tema mais crucial do pecado e do perdão dos pecados. É no cenário do pecado, de seu perdão e no estabelecimento da retidão que o núcleo mais central do Reino de Deus se estabelecerá.
Sempre de novo Jesus insiste que todos devem se arrepender, todos devem rezar, - perdoa os nossos pecados – e o perdão se mostra como dentre os grandes dons que Jesus traz.
O Reino está, de forma maravilhosa, corporificado em Jesus mesmo e sua pessoa. Onde Ele estiver, aí estará o Reino; estar com Ele e aceitá-lo é aceitar o Reino de Deus”.

Deus é como Cristo

“A importância da confissão – Jesus é Senhor – consiste não só em que Jesus é divino mas que Deus é como o Cristo. Deus é como o Cristo e nEle nada há que não seja assim.
Deus é como o Cristo significa que Sua Paixão e Ressurreição são a chave para a significação mesma da divindade de Deus. Há, no universo, ou além dele, alguma coerência, sentido, padrão ou soberania? A doutrina do Novo Testamento é que na morte e Ressurreição de Jesus, no fato do seu viver através do morrer, achando a vida ao perdê-la, de ganhá-la ao entregá-la, aí está a soberania. Crer nisto com bem mais que simples assentimento intelectual é crer existencialmente, e crer existencialmente significa seguir o caminho que encontra a vida pela sua perda.
Toda manifestação do poder de Deus no mundo ocorre através de dor e custo, e todo crescimento nosso em santidade e semelhança ao Cristo acontece também pela dor e custo. A graça de Deus pode transformar a dor e o custo em algo maravilhoso, e por isso rezamos que o maligno não os use para seus maus propósitos.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman and Todd, Londres, 1988