04 maio 2008

Páscoa VII • Domingo após a Festa da Ascensão do Senhor

Leituras

Atos dos Apóstolos 1.6-14
Salmo 68.1-10, 32-35
I Carta de São Pedro 4.12-14; 5.6-11
Evangelho de São João 17.1-11

Como pensar sobre o Céu?

“Em sua Cidade de Deus, Santo Agostinho fala sobre o Céu: - Descansaremos e veremos, veremos e seremos amados, amaremos e louvaremos, no final que não é o fim.

Descanso: Estaremos livres da correria e das atividades inconvenientes em que nos colocamos e nos expomos em nossa atitude, centrados em nós mesmos.
Descansando, descobriremos que vemos de outra forma, sem os antigos obstáculos. Veremos nosso próximo tal qual é mesmo, criaturas e filhos de Deus em quem está a imagem divina, e esta imagem se tornará visível em nós de forma nova. Nós também nos veremos a nós mesmos como criaturas de Deus infinitamente pequenas: e começaremos a ver Deus em Sua beleza.

Vendo, amaremos, pois como não amaríamos Deus em Sua beleza, e como não amaríamos nosso próximo em quem a imagem de Deus é agora visível a nós?

Louvor será a última palavra, pois tudo é de Deus e nada resulta de nossa própria realização, e conheceremos a profundidade da gratidão e da adoração.
Este é o Céu para o qual fomos criados.”

Santidade

A idéia de santidade encontra uma ênfase nova na Igreja primitiva. Na nova aliança o papel de – nação santa – é assumido pelos cristãos; são eles a ecclesia de Deus, chamados para ser santos, raça eleita, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus (I S. Pedro 2.9).

O uso de hoi hagioi, os santos, como a descrição normal para os cristãos, renova a ênfase nova e imensa sobre a santidade no Cristianismo.

Assim, a vida no Espírito é santidade.

Acolhendo a santidade no chamamento de Deus e o no Espírito da santidade, a Igreja cresce no caminho da santidade de Cristo.

Unidade, santidade, verdade; assim como a oração do Grande Sumo Sacerdote é indivisível, assim também o seu cumprimento. Em nada ajuda pensar que podemos procurar por unidade em Cristo a menos que olhemos por santidade em Sua obediência, bem como pela compreensão da verdade que Ele revelou.

Cristo é o Cabeça da Igreja e permanece, em Sua misericórdia, usando a Igreja, por mais dividida que esteja, para tornar conhecida a sua verdade e unidade, e assim conduzir muitos ao caminho da santidade.”

Arcebispo Michael Ramsey
Gateway to God
Editado por Lorna Kendall
Darton, Longman and Todd, Londres, 1988