22 março 2009

Quaresma IV • 22 de Março de 2009

Leituras do Domingo

II Crônicas 36.14-16, 19-23
Carta aos Efésios 2.4-10
Evangelho de São João 3.14-21


Tempo de Confissão

“Se dissermos que não cometemos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós; se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para no-los perdoar, e para nos purificar de toda injustiça.”
I Carta de São João 1.8-9

A confissão é parte inarredável da vida de piedade pessoal. Sem ela, na verdade não existimos. Sem ela, não experimentamos também arrependimento de verdade. Dentre todos os sacramentos que a Igreja nos disponibiliza, a confissão sacramental é a mais indigentemente usada e talvez a mais mal compreendida. Há quem pense que não necessitamos da confissão sacramental porque já dispomos da Confissão Geral rezada sempre que participamos da Eucaristia. Pois aí é que está o problema. Ela é geral! Em tempos mais antigos a confissão era aberta e pública. O argumento era, e em alguns casos continua a ser – posso me confessar diretamente a Deus, não necessito nem de sacerdote nem de audiência pública. A confissão a Deus, em segredo, não é confissão de fato. É, sim, reconhecimento diante de Deus de que conhecemos o que Ele já conhece! A confissão, por definição é aberta e pública. Não sendo assim não é confissão. Quando as pessoas se decidiam pela experiência do arrependimento como forma de se preparar para a vinda de Jesus segundo a pregação de São João Batista, São Marcos diz que elas “confessavam seus pecados.” (São Marcos 1.5) Elas não diziam a Deus em segredo o que Ele já sabia! Elas, em verdade, confessavam seus males a todos os que se achavam nas margens do Jordão. Semelhantemente, São Tiago também recomenda que os cristãos “confessem seus pecados uns aos outros”. (São Tiago 5.16) Não se trata de uma sugestão do apóstolo São Tiago mas de um mandamento. Os cristãos devem revelar suas fraquezas uns aos outros para que assim sejam curados. A Confissão Sacramental é um sacramento de cura: cura as almas dos pecados que as faz enfermas. Se a confissão é, por definição, reconhecimento de pecados, de forma aberta e pública, por que então a Igreja direciona os penitentes a buscarem um sacerdote para a confissão privada? Os sacerdotes não têm poder para perdoar pecados; somente Deus pode fazer isto. Mas o papel do sacerdote é testemunhar a confissão e prescrever, se necessário, a penitência apropriada. Mais importante ainda, o sacerdote está presente para assegurar o perdão de Deus através da oração da Absolvição. Ela é pública no sentido de que o sacerdote representa a com unidade da fé, como pastor do rebanho, além da presença sacramental de Cristo mesmo.O sacerdócio sacramental é participação no sacerdócio de Cristo. Assim, a Quaresma é tempo de confissão. Se para você, esta for uma primeira experiência, recomenda-se que procure por ajuda na preparação apropriada. Há material para leitura e instrução. “Filho, filha, Cristo está aqui invisivelmente para ouvir tua confissão... eu sou somente uma testemunha, testemunhando diante dEle tudo o que vais desistir... dentre o que venha ser teu maior pecado. Coragem, portanto... a menos que venhas ao médico e aceites retornar sem a esperada cura.” Esta é só uma das muitas exortações ao penitente existente nos diferentes Ritos da Confissão.