29 março 2009

Quaresma V • 29 de Março de 2009

Leituras do Domingo
Profecia de Jeremias 31.31-34
Carta aos Hebreus 5.7-9.
Evangelho de São João 12.20-3


Confissão, nem opcional nem compulsória!


Não há na Igreja Anglicana uma norma no sentido de que o sacerdote negue a comunhão a alguém que não tenha buscado a Confissão. Neste sentido, a Confissão não é “compulsória”. Mas o que isto significa? Significa que a Igreja Anglicana, certa ou equivocadamente, colocou a responsabilidade de receber o sacramento da Penitência, quando necessário, sobre a pessoa, restringindo-se de legislar sobre a questão. A remoção da responsabilidade de uma pessoa não justifica que o pároco se omita no ensino ao seu povo, definida e claramente, sobre a necessidade do sacramento. Em verdade, isto agrega uma responsabilidade ainda maior sobre o sacerdote. Ele deve ser ainda muito mais zeloso sobre este ensino para que o povo da Igreja não busque o altar de Deus pelo caminho fácil. No caso de alguém em risco de vida, o clérigo deverá ser ainda mais prestativo e amoroso, de modo que o enfermo se sinta tocado pela possibilidade de uma confissão especial de seus pecados. O sacerdote falha seriamente, com Deus e seu povo, ao se omitir em seus deveres, na necessidade da confissão. No trabalho comum da vida paroquial o normal é que o sacerdote cumpra regularmente com o dever de ensinar e explicar pacientemente ao seu povo, por homilias, boletins, reuniões de pequenos grupos, pela visitação pastoral e outros meios apropriados, a importância de se receber este sacramento. Se a prática da Confissão perdeu-se por razões históricas da eclesiologia da IEAB, ou se empobreceu ao longo de décadas e, particularmente em nossos dias, a responsabilidade é do processo histórico mesmo e também das pessoas, se é que o clérigo, devidamente instruído, agiu como dele é de se esperar. Deseduca gravemente a Igreja de Deus dar a entender que a Confissão pode ser “opcional” ou “compulsória”. Uma vez o sacerdote “ensine” que existem dois meios para se receber a absolvição, um deles fácil e o outro difícil, pode contar como certo que não será certamente procurado para o ministério da confissão. Como humanos, somos frágeis e sempre tenderemos a “racionalizar” nossos desejos, escolhendo sempre o caminho mais fácil. “Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti: já não sou digno de ser chamado teu filho.” São Lucas 15.18,19